sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PETROLÍFERAS AUMENTAM O ASSÉDIO A USINAS DE ETANOL

O apetite cada vez mais intenso das petrolíferas pelo segmento sucroalcooleiro é tido como inevitável pela área produtiva do setor, mas a voracidade das empresas de petróleo surpreendeu as usinas brasileiras.
Para Narciso Bertoldi, diretor comercial do Grupo USJ, as consolidações tornam os combustíveis complementares e não concorrentes. "Em busca de um desenho verde, dois ou três grandes players devem investir com mais voracidade no setor de etanol", prevê Bertoldi.
A mais recente consolidação divulgada ocorreu no dia 25 de outubro, quando a Petrobras Distribuidora e a Petrobras Biocombustível anunciaram uma fusão com a Açúcar Guarani para o fornecimento, em quatro anos, de até 2,2 bilhões de litros de etanol. O montante injetado na parceira foi de R$ 2,1 bilhões.
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De acordo com Cristina Machado, pesquisadora do departamento de agroenergia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o mundo tem reconhecido cada vez mais a importância das energias renováveis. "A Petrobras investe em pesquisas para etanol de celulose, que tem contexto com biorefinaria. As petrolíferas vão trazer avanço para o Brasil", afirma.
Para o mercado, o baixo valor de ativos de produção, que torna mais viável a entrada no segmento, comparado aos de energia em geral é o principal atrativo.  A pesquisadora considera ainda que essa tendência de fusão ocorre também devido à economia de escala, com a produção consequentemente maior.
Segundo Machado, as indústrias de etanol brasileiras que são eficientes e competitivas, de acordo com a pesquisadora, não correm o risco de terem seus negócios ameaçados pelas petrolíferas. "Além de aumentar o volume de combustível no mercado, possibilita uma melhora nos preços ao consumidor final. As consolidações podem contribuir para "commoditizar" o etanol", diz.
Levantamento da Datagro e da MBF Agribusiness mostra que em três anos foram realizadas 59 operações, nas quais 100 usinas estiveram envolvidas.
Além da Petrobras com a Açúcar Guarani, Cosan e Shell fecharam acordo de R$ 21,2 bilhões para a criação de duas companhias para distribuição de etanol. 
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Além disso, a ETH e a Brenco investiram R$ 5 bilhões na combinação de ativos e criação de nova empresa, na qual a ETH detém 65% de participação. A Bunge injetou R$ 2,6 bilhões na compra de 100% da participação das cinco unidades do Moema, e a Shree Renuka Sugars, com R$ 600 milhões, adquiriu 50,8% de participação da Equipav Açúcar e Álcool.
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Na safra 2009/2010, o segmento de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade movimentaram R$ 56 bilhões no País.
O aumento de capital estrangeiro também tem contribuído para o avanço da competitividade do setor sucroalcooleiro do Brasil. Ainda de acordo com estudo da Datagro e MBF, hoje a participação de capital estrangeiro no setor corresponde a 25%.
Para Eduardo Chaim, da Dextron Management Consulting, as participações estrangeiras devem avançar na mesma proporção em que as novas indústrias expandirem suas operações.
Segundo o consultor, "As empresas internacionais estão mais bem posicionadas para mostrar o País como fornecedor confiável.

ENTIDADE INTERNACIONAL
A International Ethanol Trade Association (Ietha), organização internacional, ganhou mais um associado: a holandesa North Sea Global Ethanol, trading de etanol, subsidiária do Grupo North Sea.
Segundo Joseph Sherman, diretor-executivo da Ietha, a parceria fortalece a missão da empresa para transformar o etanol combustível em uma commodity.
Fonte: Portal Brasilagro/DCI

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