terça-feira, 31 de agosto de 2010

DEBATE MULTIDISCIPLINAR SOBRE AVANÇOS, DESAFIOS E LIMITAÇÕES EM BIOCOMBUSTÍVEIS

Em situações tais como: O Brasil poderá produzir e exportar etanol em larga escala sem que exista um mercado internacional para o biocombustível? É possível confiar nos modelos utilizados para prever as mudanças no uso do solo decorrentes do aumento da produção de cana-de-açúcar? As tecnologias desenvolvidas no Brasil podem ser aplicadas em outros lugares do mundo?
Foi neste contexto que no último sábado (28/8), em Itatiba (SP), um grupo de especialistas em biocombustíveis respondeu a essas e muitas outras perguntas feitas por proeminentes cientistas de áreas como geologia, matemática e astrofísica.
O debate multidisciplinar abriu o UK-Brazil Frontiers of Science Symposium, que integra o programa Fronteiras da Ciência, uma série de encontros promovidos periodicamente pela Royal Society em diversos países. Durante o evento, que encerrou nesta segunda-feira (30/8), 78 destacados cientistas do Brasil, do Reino Unido e do Chile discutiram importantes questões das fronteiras do conhecimento.
A edição brasileira do evento foi organizada pela Royal Society e pela FAPESP, em parceria com Consulado Britânico em São Paulo, Academia Brasileira de Ciências, Academia Chilena de Ciências e Cooperação Reino Unido-Brasil em Ciência e Inovação. O objetivo é estimular os participantes a refletir sobre os novos rumos de diversas áreas do saber.
No debate de abertura, a professora Glaucia Mendes de Souza, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), comentou que o etanol ainda não se tornou uma commodity e isso poderá ser um obstáculo para os planos brasileiros de expansão da produção do biocombustível.
“O projeto nacional é aumentar a produção de etanol para que o país se torne o grande fornecedor mundial do biocombustível. Mas, para isso, precisamos ter um mercado internacional de biocombustíveis. Uma das saídas é fazer com que o etanol se torne uma commodity”, disse Glaucia, que é uma das coordenadoras do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN). Segundo ela, análises sugerem que o advento de um mercado internacional não seria vantajoso para o Brasil, pois ao transformar o etanol em commodity o país deixaria de ser competitivo. Mas a pesquisadora afirma que só assim o etanol nacional poderia ganhar o espaço desejado no contexto mundial. “Sem um mercado internacional, não há regulação e isso gera incertezas. Trata-se de uma questão de segurança energética. Se quisermos propor que o Brasil seja uma fonte de etanol para o mundo, precisamos de um mercado internacional regulado. Transformar o etanol em commodity implica padronização, acesso à bolsa de valores e mercadorias e garantia de oferta.  É preciso também produzir estudos capazes de dirimir qualquer desconfiança internacional relacionada à sustentabilidade do etanol. O mercado também está sendo definido por essa discussão”, disse Glaucia à Agência FAPESP.
As questões de sustentabilidade estão sendo debatidas no âmbito internacional para definir quais biocombustíveis irão efetivamente diminuir a emissão dos gases de efeito estufa. Os Estados Unidos, por meio da Environmental Protection Agency (EPA) já definiu o etanol brasileiro como biocombustível avançado. Essa iniciativa foi um importante passo para o Brasil.
“Agora, a Europa está debatendo publicamente uma nova legislação sobre biocombustíveis. O continente decidirá se, ao avaliar a sustentabilidade, levará em consideração as mudanças no uso da terra. Isso poderá gerar barreiras, pois é muito difícil medir essas mudanças, especialmente em relação aos seus efeitos indiretos”, afirmou. Outra ponto, é a questão da confiabilidade dos modelos utilizados para medir os efeitos indiretos das mudanças de uso do solo foi levantada, durante o evento, por cientistas de outras áreas. Segundo Glaucia, de fato ainda há grandes limitações, que demandam grandes esforços de pesquisa, pois não há conhecimento suficiente em muitos dos parâmetros usados para medir os efeitos indiretos. Os modelos que existem são ainda tentativos. Trata-se de uma área nova do conhecimento e a ciência ainda não está madura nesse campo. Temos um longo caminho de estudos pela frente, complementa ela.
Cientistas britânicos, durante o simpósio, demonstraram preocupação em relação à viabilidade do etanol como biocombustível em contextos diferentes do brasileiro e à aplicabilidade, em outros países, do avançado conhecimento produzido no Brasil sobre o etanol. De acordo com os pesquisadores brasileiros , a cana-de-açúcar pode ser plantada em outras regiões e tem grande potencial para ser utilizada em produção de etanol em outros países.
“Acredito que não teremos uma única resposta para a questão energética. Mas, com toda certeza, o etanol será uma delas. Outros países poderão produzir também. O Brasil, no entanto, já tem há muito tempo uma legislação sobre biocombustíveis e fez esforços para o avanço do conhecimento sobre etanol que não têm paralelo no mundo. Com isso, o que está ocorrendo é que o país não apenas se destaca como o principal produtor da planta, mas está se tornando uma referência para modelos de biorrefinarias”, disse.
Fonte: Agência FAPESP

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

IBAMA LIBERA LICENÇAS PARA RAMAL DO GASBOL DE BRASÍLIA PASSANDO PELO TRIANGULO MINEIRO

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu ontem Licença de Instalação (LI) para o Gasoduto Brasil Central da TGBC, que possui entre os acionistas a Companhia Energética de Brasília (CEB) e a Termogás S/A, empresa com sede em Salvador (BA). O empreendimento orçado em US$ 1 bilhão terá início desde a região de São Carlos (SP) indo até Brasília. As obras estão previstas para inicialmente começarem no primeiro semestre de 2011.
Com a liberação para o abastecimento do Triângulo Mineiro, incluindo o Alto Paranaíba, viabilizará a planta de amônia que a Petrobras opera em Uberaba. Para esta etapa, estão previstos investimentos em US$ 2,5 bilhões, pelo consórcio Transportadora de Gás do Brasil Central (TGBC), que será responsável pelo empreendimento. Com o início das obras para o ano que vem, a TGBC pretende apresentar ainda este ano o projeto básico da obra, para obter a aprovação da licença de instalação, com previsão de conclusão até final de 2014.
Os ramais do Gasoduto Brasil Central, é uma expansão do Gasoduto Brasil-Bolívia, também conhecido como Gasbol, gasoduto que transporta de gás natural da Bolívia ao Brasil,  sendo 2.593 em território brasileiro e 557 em território boliviano, perfazendo 3.150 quilômetros de extensão. Até a construção do gasoduto, no estado de São Paulo, somente a capital e alguns municípios adjacentes faziam uso do gás natural nacional, extraído das plataformas submarinas de Campos (RJ) e de Santos, no litoral paulista.
Com a nova estrutura para Brasília, serão mais 903 quilômetros de extensão, que sairá de São Carlos, passando pelas cidades de Ribeirão Preto (SP), Uberaba (MG), Itumbiara, Goiânia e Anápolis (GO), terminando em Brasília (DF).
Com capacidade de transporte em torno de 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia, vai gerar perto de 3000 empregos diretos e 400 indiretos, nas regiões por onde passará, com custo orçado em R$ 1,8 bilhão.  Só na parte mineira, vai gerar pelo fornecimento, a possibilidade de um complexo industrial em toda a região, onde por exemplo, se encontra a planta de amônia e ureia da Fertilizantes Fosfatados S/A (Fosfertil), controlada pela Vale S/A, além da fábrica da Petrobras em Uberaba, também como cliente em potencial.
O Projeto Salitre da Fosfertil, auxiliará nos investimentos deste, que poderão totalizar mais R$ 2 bilhões, que incluiriam um novo complexo industrial e um novo investimento em Patrocínio, com a abertura de uma nova mina. Com estes aportes a oferta de acido fosfórico teria sua capacidade aumentada em 60%.
Fonte: Portais Jornal Web Minas / Correio Brasiliense

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SHELL E COSAN ASSINAM ACORDO DE PARCERIA EM COMBUSTÍVEIS

A Cosan, maior produtora mundial de açúcar e álcool, anunciou nesta quarta-feira (25) que assinou acordo vinculante definitivo com a Royal Dutch Shell, criando a esperada parceria avaliada em US$ 12 bilhões com a companhia europeia, concluindo negociações iniciadas no início do ano. A  nova empresa deverá ser uma das maiores produtoras mundiais de etanol.
A parceria prevê a união das operações de combustíveis de ambas as companhias no Brasil, com potencial de vendas anuais de US$ 21 bilhões. O acordo deve ser concluído no primeiro semestre de 2011 e está condicionado à aprovação de órgãos governamentais de concorrência.
"Com capacidade de produção anual de mais de 2 bilhões de litros, a joint venture proposta será um dos maiores produtores mundiais de etanol", afirmam as empresas em nota. "Com volume total anual de vendas de cerca de 18 bilhões de litros de combustíveis, a joint venture proposta terá sólida posição competitiva no mercado de distribuição de combustíveis brasileiro sendo, no varejo, através de uma rede de 4.500 postos revendedores".
No mercado global, a nova empresa formada também vai explorar oportunidades de produção e venda de etanol e açúcar.
Em comunicado ao mercado, a Cosan afirma que a parceria será composta por três empresas distintas, nos segmentos de açúcar e álcool, distribuição de combustíveis e administração.
Conforme o memorando assinado em fevereiro, a joint-venture inclui a transferência de todas as usinas de açúcar e etanol da Cosan, incluindo co-geração de energia a partir do bagaço da cana e ativos de distribuição e comercialização de combustíveis. Ainda, o documento divulgado nesta quarta-feira inclui também as oito futuras plantas de co-geração da empresa brasileira que não estavam previstas anteriormente.
Conforme o entendimento inicial, será transferida à joint-venture uma dívida líquida de cerca de US$ 2,524 bilhões, acrescida de um adicional não previsto de R$ 500 milhões junto ao BNDES, não estipulado no memorando de fevereiro.
A Shell, por sua vez, irá transferir os ativos referentes a venda e distribuição de combustíveis no Brasil, seu negócio de combustíveis de aviação e participação em duas empresas de pesquisa e desenvolvimento a partir da biomassa (Iogen e Codexis). A companhia europeia também entrará com um aporte de aproximadamente US$ 1,6 bilhão.
Fonte: Portal G1

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

NO ACRE, USINA ÁLCOOL VERDE COMEÇA PRODUÇÃO

No próximo dia 26 de agosto inicia-se a fase de teste, para primeira moagem de cana e inicia a produção de álcool combustível, ainda nesta safra, gerando em princípio, cerca de 400 empregos diretos e outros 3.000 indiretos. O desafio, no entanto, continua. No último sábado, 21, a usina recebeu a visita do governador, que conheceu a finalização na montagem dos equipamentos que faltam para o início desta etapa das operações, acompanhado de diretores do Grupo Farias, membros do Instituto de Meio Ambiente do Acre e do presidente da Federação da Agricultura do Acre.
O Grupo Farias investiu R$ 30 milhões no projeto  Álcool Verde, o cartão-postal que garante que se foi possível recuperar os escombros da Alcobras o Estado está pronto para a Nova Economia, baseada na expansão da indústria e no baixo carbono com alta inclusão social.
A unidade está orientada para produção de álcool carburante, mas deve fabricar açúcar, com a qual também poderá atender todo o mercado do norte e realizar exportações dos seus produtos através do Oceano Pacífico via Peru. O Grupo Farias se destaca no segmento sucro-alcooleiro há mais de quatro décadas, e  possui 10 usinas  nos Estados  de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo e Acre.
Revitalizada e modernizada, a usina é em grande parte automatizada e na casa de máquinas possui comando remoto. Desde Goiás, sede do Grupo Farias, é possível controlar o sistema da Álcool Verde, segundo o gerente industrial e corporativo  da companhia,  Luis Montes.  Um dos aspectos influentes para a consolidação da destilaria é o escoamento da produção. Para o grupo, a logística de distribuição é um diferencial para quem quer se manter competitivo no mercado. A Álcool Verde tem acesso a duas saídas, uma pelo Pacífico e a outro para o Atlântico. 
Em início de moagem, a destilaria deverá produzir entre 6 e 7 milhões de litros de álcool.
O Grupo Farias possui 60% das ações, o governo do Acre, 5%; e o Grupo Santa Elisa, da família Biaggi, 10%. A capitalização das cotas do governo acreano será revertida em pesquisa científica e tecnológica.
Conforme informa Cleísa Cartaxo, presidente do instituto, a empresa vem cumprindo, entre outros compromissos, questões ligadas à proteção de nascentes e dos sítios arqueológicos em estrutura de terra, conhecidos como geoglifos. Essas estruturas têm grande prevalência na região destinada ao cultivo de cana e sua proteção é fundamental para a memória científica mundial, completa.
Há 1.809 hectares cultivados com 20 variedades de cana-de-açúcar. Os canaviais estão espalhados em nove propriedades agregadas. A colheita que começa esta semana será em grande parte realizada com maquinário não necessitando da queima como é ainda feito em outros estados, inclusive São Paulo. O Governo do Estado e a licença determinam que toda a colheita seja sustentável, para servir de exemplo para outras regiões do país. O álcool não será limpo em todo o processo produtivo. Onde não for possível o acesso das colheitadeiras, será utilizada mão-de-obra humana. Calcula-se que pelo menos 180 pessoas sejam contratadas para esse trabalho. 
Estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que dos 78 mil hectares desmatados em Capixaba, 98,5% estão aptos para o plantio de cana-de-açúcar.  Nas áreas de capoeira, 94,5% podem ser utilizados para este fim. De acordo com o secretário Mauro Ribeiro prevê-se que, com base nas experiências de outras regiões, a lavoura de cana ajude a organizar a produção agrícola, com o plantio de feijão, arroz, milho e amendoim para rotação a cada cinco anos. “A cana estimula a produção em escala industrial. Isso ajuda no ciclo agrícola do entorno da usina”, disse o secretário. O cultivo da cana ocupará estimados 0,18% da área total do Acre, em geral terras de pastagem degradadas.
A usina Álcool Verde vai  gerar inicialmente, a partir de 2008, 50 megawatts  com a utilização do bagaço de cana, na primeira etapa, e na segunda, cavacos de madeira. Com isso, o grupo Farias planeja também  entrar no mercado de créditos de carbono, na modalidade mecanismo de desenvolvimento limpo - MDL.  Com as próximas safras, a expectativa é de uma produção é de mais de 40 milhões de litros de álcool.
Fonte: Agência Notícias do Acre

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

GRUPO BERTIM - NOVOS INVESTIMENTOS EM USINAS DE ETANOL NO NORTE

O grupo Bertin e a Infinity Bio Energia, vão investir R$ 120 milhões na ampliação e melhoria dos canaviais que fornecem matéria prima para a produção de etanol e açúcar em suas usinas. Os atuais 20 mil hectares de área própria serão ampliados para 30 mil hectares até 2012. Parte dos investimentos serão feitos no Espírito Santo para atender a demanda das duas usinas do grupo: Cridasa, em Pedro Canário, e Disa, em Conceição da Barra. Parte dos investimentos serão feitos no Espírito Santo para atender a demanda das duas usinas do grupo.
Outro investimento dos grupos Bertin e Infinity será na cogeração de energia nas usinas. O volume é de R$ 180 milhões para os projetos de cogeração. Os projetos serão desenvolvidos em três das seis usinas: Usinavi, em Mato Grosso do Sul, Ibirálcool, no Sul da Bahia, e Disa, no Norte capixaba. No Espírito Santo, a cogeração de energia será implementada apenas na Disa, com a queima do bagaço gerado na unidade e também das usinas Cridasa e Alcana, de Nanuque (MG).
Segundo o presidente da Infinity, Manuel Garcia, as três usinas sucroalcooleiras que irão gerar energia com a queima de bagaço terão uma oferta excedente de 130 [MW] entre 2013 e 2014. Para adequar as usinas para cogeração, Garcia afirma que serão necessários R$ 180 milhões, principalmente de aporte feito pelo grupo Bertin.
A Infinity Bio Energia, que desde março está sob controle do Grupo Bertin, está procurando por um parceiro estratégico para injetar capital para que os investimentos nas seis unidades do grupo possam ter continuidade. “O objetivo da empresa é participar do movimento de consolidação do setor e também adquirir outras usinas para elevar nossa capacidade produtiva”, informou o presidente da Infinity, Manuel Garcia.
Atualmente, o Grupo Bertin possui 71% do controle da Infinity Bio Energia. Os demais 29% estão nas mãos de credores da empresa que decidiram se tornar acionistas depois da empresa ter pedido recuperação judicial em 2009. A principal usina do grupo é, segundo Garcia, a Usinavi, localizada em Naviraí, no Mato Grosso do Sul.
Com capacidade instalada de 3,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, a Usinavi processa, atualmente, 2,8 milhões de toneladas, produzindo 115 mil toneladas de açúcar e 130 milhões de litros de etanol. No total, a Infinity produz, em suas cinco usinas em atividade, 190 mil toneladas de açúcar e 240 milhões de litros de etanol. As unidades de Paraíso (MG) e Cridasa (ES) apenas produzem etanol. As unidades Disa (ES) e Alcana (MG) produzem tanto etanol como açúcar. Programada para entrar em operação em 2011, a Ibirálcool, localizada no sul da Bahia, deve produzir principalmente etanol.
Fonte: Portal A Gazeta - ES

BRASKEM INICIA PRODUÇÃO DO PLÁSTICO VERDE A PARTIR DO ETANOL

Enquanto a produção de um quilo de polietileno de origem fóssil, elemento de composição do plástico, emite 2,5 quilos de gás carbônico, a fabricação do polietileno a partir do etanol captura e fixa a mesma quantidade. A diferença significa cinco quilos a menos do poluente no meio ambiente e é o fator que mais pesa a favor da utilização do etanol como base para a produção do ‘plástico verde’. O cálculo foi apresentado pelo Diretor de Negócios de Biopolímeros da Braskem, Marcelo Nunes, durante a palestra “Nova visão da utilização do etanol”, realizada no Congresso de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana-de-Açúcar em MS – Canasul, que encerra-se nesta terça-feira (17.08), em Campo Grande (MS).
Ao iniciar no mês que vem a produção de polietileno originário do etanol em escala industrial, em Triunfo (RS), a Braskem se tornará a maior produtora mundial de biopolímeros. A empresa vai consumir 700 mil metros cúbicos de etanol por ano, tornando-se a quinta consumidora nacional de etanol, atrás apenas das distribuidoras de combustíveis.
O plástico verde comporta-se da mesma forma que o plástico comum, tendo a mesma aparência e processos produtivos idênticos, bom como demanda o mesmo custo de produção. Da mesma forma, não é biodegradável e requer os mesmos cuidados no descarte em relação aos polietilenos comuns. A diferença, enfatizou Nunes, está mesmo na demanda mundial pela redução da emissão dos gases de efeito estufa.
O investimento inicial da Braskem em tecnologia para processamento de etanol iniciou em 2006, culminando este ano com a operação de uma planta industrial com capacidade para produzir 200 mil toneladas de plástico verde por ano. “Será a primeira indústria de plástico verde certificada no mundo”, enfatizou o dirigente, reforçando que o produto final vai refletir a preocupação da empresa com a sustentabilidade da cadeia, a partir da adoção de um código de conduta que respeita o modelo de zoneamento agroecológico nacional. A quarta edição do Canasul é uma realização da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (FAMASUL).
Fonte: Portal Agrolink

terça-feira, 17 de agosto de 2010

R$ 173 MILHÕES SERÃO INVESTIDOS EM COGERAÇÃO PELA SÃO MARTINHO

O grupo São Martinho vai investir R$ 173 milhões para o projeto de cogeração de energia elétrica na usina São Martinho, para comercialização de 244 mil [MWh] a partir da safra de 2013/2014.
“O grupo já tem cogeração de energia de 110 mil [MWh]; no ano que vem, serão 200 mil [MWh] e em 2013/2014 450 mil [MWh], no grupo todo”, diz Fábio Venturelli, presidente do grupo.
O valor do investimento será utilizado para a compra de uma caldeira de alta pressão, um turbo gerador de condensação e em adequações na planta da usina São Martinho para viabilizar o projeto de instalação da usina termoelétrica, de acordo com Venturelli.
A empresa anunciou que pretende chegar ao final deste ano coma a capacidade de moagem de 8,5 milhões de toenaladas de cana de açúcar por ano.
“O potencial total da usina pode chegar a 600 mil [Mwh], quando estiver completo”, segundo Venturelli.

Fonte: Folha S. Paulo

 

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

AÇÚCAR E ETANOL DO BRASIL TERÁ CERTIFICAÇÃO PARA O MERCADO EUROPEU

Certificação de açúcar e álcool entra na reta final 
As primeiras certificações brasileiras de açúcar e álcool com o selo global BSI (Better Sugarcane Initiative) deverão ocorrer até novembro deste ano. O selo deverá facilitar a entrada dos produtos brasileiros na União Europeia (UE), que exigirá a partir de 2011 diretivas ambientais para os biocombustíveis produzidos e importados pelo bloco.
Única certificação voltada exclusivamente para a cana-de-açúcar, o BSI começou a ser elaborado há quatro anos e reúne grandes produtores e consumidores de açúcar e álcool, como Coca-Cola, Shell e BP (British Petroleum), além de financiadores (IFC, afiliada do Banco Mundial) e organizações não governamentais (WWF entre elas).
"O selo é a porta de entrada para a UE", diz Geraldine Kutas, assessora-sênior para assuntos internacionais da presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). "As primeiras certificações sairão já na próxima safra".
De acordo com Geraldine, o processo foi atrasado por algumas indefinições na Europa quanto às novas regras ambientais. Há ainda duas pendências no bloco: a proibição do cultivo de matérias-primas para biodiesel sobre pastagem de alto grau de biodiversidade e o efeito indireto na mudança do uso da terra.
Apesar disso, o conselho do BSI, baseado em Londres, aprovou no último dia 30 seus próprios critérios e princípios, e agora irá submetê-los à apreciação da Comissão Europeia (o braço executivo da UE). O órgão dirá se os padrões definidos pelo BSI estão de acordo com as novas diretivas ambientais europeias.
Nos próximos dias, a Unica enviará os padrões do BSI para os seus associados. A expectativa é de uma boa adesão. "A certificação dos biocombustíveis será obrigatória", diz Geraldine, referindo-se ao bloco de 27 países.
Segundo ela, a ideia inicial contemplava apenas a certificação do açúcar. Mas os questionamentos sobre a sustentabilidade do etanol acabaram estendendo as discussões ao produto. A principal crítica é de que a expansão da cana força as demais culturas a se deslocarem para áreas ainda preservadas, como a Amazônia.
O BSI determinará as certificadoras que auditarão as usinas. Além do BSI, há opção do Rainforest Alliance, criado nos anos 90, auditado no Brasil pelo Imaflora.
Fonte: Valor Econômico/Portal UDOP

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

VANTAGEM ENERGÉTICA DO ETANOL DE CANA É 571% MAIOR QUE DO MILHO

Na avaliação dos especialistas, o modelo de produção de etanol brasileiro, extraído da cana-de-açúcar, é bem mais vantajoso do que o norte-americano, que usa o milho. Estudos comprovam que o sistema é bem mais eficaz. O lucro energético gerado pelo etanol de cana é quase oito vezes superior ao gerado pelo etanol de milho.
Para os especialistas, a vantagem do modelo brasileiro é que o processo de fermentação é feito a partir do bagaço da cana, ao passo que a fermentação do etanol de milho depende muito do gás, o que torna necessário usar uma quantidade muito maior de energia. Entendem, ainda, que o uso do cereal para a produção do combustível poderá, inclusive, afetar a produção mundial de alimentos.
Na opinião do agrônomo Manoel Castro Neto, o translúcido e calórico álcool de milho produzido pelos norte-americanos, da forma como é produzido, vêm beneficiando, sobretudo, alguns poucos fazendeiros americanos e gigantes do agronegócio, mas não se pode dizer o mesmo quanto ao ambiente. "O cultivo de milho requer grandes quantidades de herbicidas e fertilizantes à base de nitrogênio e pode provocar mais erosão no solo do que qualquer outra cultura agrícola", argumenta.
A própria produção de etanol de milho, segundo ele, consome uma quantidade considerável de combustível fóssil - justamente o que ele vem substituir. Por outro lado, os ambientalistas temem que o aumento dos preços deste produto acabe levando os agricultores a cultivar milhões de hectares de terras secundárias atualmente reservadas para a recuperação do solo e à conservação da fauna selvagem, potencialmente liberando ainda mais dióxido de carbono retido nos campos incultos.
Alguns estudos sobre o equilíbrio energético do etanol de milho - os quais estimam a quantidade de energia fóssil necessária para produzi-lo - apontam a irracionalidade do processo, que requer mais combustível fóssil emissor de carbono do que aquele que viria a substituir. Outros estudos, porém, indicam uma ligeira vantagem positiva. "Entretanto, seja qual for o cálculo, o etanol de milho não representa nenhuma panacéia contra o efeito estufa", aponta o agrônomo.
Atualmente, quase 85% dos carros novos vendidos no Brasil são do tipo flex: modelos pequenos e esportivos que circulam entre enormes e fumacentos caminhões a diesel. Com 1 litro de álcool custando em média 1 real menos que o litro de gasolina, a maioria desses veículos flex costuma ser abastecida com álcool.
"Enquanto a vantagem energética do etanol de milho é quase nula 1 por 1,4, o de cana é de 1 para 8"
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Fonte: : Diário de Cuiabá/ Agrocim