segunda-feira, 3 de maio de 2010

PETROBRÁS ENTRA NO MERCADO DO ETANOL

A compra pela Petrobras de 45% da Açúcar Guarani, controlada pela francesa Tereos, anunciada nesta sexta-feira, marcou o tão esperado ingresso para valer da gigante estatal brasileira no setor de açúcar, álcool e energia. "Pela primeira vez, a Petrobras botou o pé no setor", diz Antonio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da União da Indústria de cana  de açúcar (Unica). Surpreso que o movimento da estatal tenha sido feito sobre o grupo francês, Pádua Rodrigues dá o tom do significado. “A Petrobras passa a ser acompanhada como o maior player em potencial de crescimento”.
A Petrobras já tinha feito um movimento que passou quase desapercebido às vésperas do Natal do ano passado em razão do seu porte. A estatal pagou R$ 150 milhões para ficar com 40% da usina Total Agroindústria Canavieira, situada em Bambuí (MG), com capacidade instalada de produção de 100 mil litros de etanol por ano.
O acordo com a Guarani é substancialmente maior. Com sete plantas industriais, sendo seis no País e uma em Moçambique, nesta safra de 2010/11, a Açúcar Guarani deve processar 17,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Só perde para a Cosan, LDC Commodities e Bunge, as principais do setor hoje.
Analistas avaliam que o valor pago pela estatal é considerado alto. A Petrobras vai desembolsar o equivalente a quase US$ 120 por tonelada de cana, valor que só perde para os US$ 124 por tonelada que foi pago pela espanhola Abengoa pela usina São João, de São João da Boa Vista (SP), em 2007, no auge da euforia do etanol. O preço é o dobro do ano passado, quando a crise pegou em cheio inúmeros grupos usineiros endividados.
A Petrobras desejava ter uma posição no setor, mas seu interesse cresceu depois do acordo fechado pela Cosan, controlada pelo usineiro Rubens Ometto, com a Shell no início do ano, abrindo uma porta no mercado brasileiro de biocombustíveis para o tradicional grupo petrolífero anglo-holandês. A estatal já namorou a Usina Cerradinho, que procura um sócio. Outra possibilidade é associar-se a outros grupos. Esperava-se inicialmente que a Petrobras comprasse a Brenco, que fechou acordo com a ETH, do grupo Odebrecht, mesmo assim, executivos ligados ao tradicional grupo empreiteiro não vêem motivos para preocupação desde que a participação da estatal seja minoritária.
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Fonte: Portal iG- São Paulo  

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