quinta-feira, 20 de outubro de 2011

RHODIA COATIS SE PREPARA PARA PRODUZIR O ACRÍLICO "VERDE"

A Rhodia Coatis deu o primeiro passo para a criação do acrílico verde. Para começar a grande virada, a companhia fechou um acordo com a norte-americana Cobalt Technologies, especializada em bioquímicos, para a produção de butanol de fonte renovável na América Latina a partir do bagaço de cana-de-açúcar. Com isso, a Rhodia preparar o terreno para substituir a produção do butanol feito do propeno importado, que ela utiliza em suas fábricas no Brasil, pelo produto biológico, chamado de "bio n-butanol", até 2015, quando a expectativa é de que a produção atinja 200 mil toneladas.
Segundo o presidente da Rhodia Coatis, Vincent Kamel, para produzir a nova substância estão sendo elaborados estudos de viabilidade para instalações de biorefinarias. "Estamos analisando porque teremos de fechar acordo com grandes produtores de etanol para que possamos garantir proximidade com as matérias-primas", explica o executivo, sem dar mais detalhes de possíveis parceiros.  Conforme Kamel, a Cobalt foi escolhida para o projeto por ter desenvolvido uma rota bioquímica celulósica de produção do butanol a partir de biomassa de bagaço de cana, cavacos de madeira e glicerina, a um custo de produção 60% menor que o atual feito de derivado de petróleo.
O anúncio do local de instalação da primeira unidade do bio butanol será revelado dentro de quatro a seis meses. Segundo ele, para atingir a produção de 200 mil toneladas de bio n-butanol por ano, serão necessárias perto de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Atualmente, a Rhodia possui uma parceria com a Usina Paraíso Bioenergia, localizada em Brotas, no interior de São Paulo, para a co-geração de energia a partir do bagaço de cana. Porém, o executivo não confirmou se a unidade da Cobalt será levantada nesta usina. Kamel preferiu não divulgar quanto será investido neste primeiro momento, uma vez que neste momento foi fechado o acordo e que os estudos de viabilidade ainda estão sendo feitos.
A Cobalt já possui uma planta piloto em Michigan, nos EUA, que produz 1,2 mil toneladas de bio butanol por ano e sua primeira unidade de produção comercial será construída no Estado do Texas com inauguração prevista para 2013 com produção de 30 mil toneladas por ano, conforme o presidente da Cobalt Technologies, Rick Wilson.
No Brasil, a empresa também estuda a utilização da glicerina, resíduo formado durante a produção de biodiesel, para abastecer a refinaria de bio n-butanol durante a entressafra da cana-de-açúcar. "Neste período, quando a oferta de bagaço é menor, poderemos usar a glicerina, que também tem um baixo custo por ser resíduo", disse Kamel. Segundo ele, a Rhodia também poderia utilizar apenas a glicerina para produção do butanol renovável já que a rota de produção é praticamente a mesma do bagaço. "Porém, preferimos o bagaço de cana porque o setor sucroalcooleiro já está estabelecido no País há mais de 30 anos, enquanto o setor de biodiesel ainda é um programa que está começando no Brasil", explica.

A Rhodia aposta na competitividade do produto, uma vez que a empresa paga hoje até US$ 1,5 mil por tonelada do propeno importado para produzir o butanol. Com o bagaço de cana o preço fica em torno de US$ 200 por tonelada. O preço do produto final, entretanto, não deve baixar, segundo Kamel. "Teremos um preço pelo menos semelhante ao cobrado hoje, uma vez que temos a favor o apelo da sustentabilidade", afirma.
A Rhodia Coatis é a unidade de negócios da Rhodia - uma empresa do grupo Solvay - na área de produção de solventes oxigenados. No ano passado, a Rhodia faturou globalmente 5,23 bilhões de euros.
Fonte: portal DCI

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

TANQUES DE ETANOL - PARTE 4

Danos em tanques, oriundos da pressão interna negativa (vácuo).
Armazenamento de etanol
IN- Quais são as novidades tecnológicas no que diz respeito a tanques de armazenamento de etanol?
PD- Nota-se que há uma maior preocupação, por parte dos fabricantes, em procurar atender as normas de fabricação e assessórios e utilizar normas e procedimentos padrões internacionais; porem, entendo que a montagem do tanque deveria ser de corresponsabilidade do fabricante;  havendo terceirização da montagem, principalmente para tanques de grandes dimensões feitas no campo, seria de suma importância que fabricantes tivesses suas montadoras certificadas, garantindo assim o atendimento na montagem, dos mesmos requisitos e critérios dos padrões das normas utilizados no dimensionamento e fabricação.  Certamente, uma supervisão do fabricante durante a montagem arremataria a integridade e a garantia na entrega final.
Outras novidades estão nas medições de nível e das tecnologias de (VAPV’s), válvulas de alívio de pressão e vácuo, com sobrepressões em 10%, ou seja, tecnologia que garante uma abertura mais próxima da PMTA’s (Pressão Máxima de Trabalho Admissível) do tanque. Com sobrepressão em 10%, reduz de modo significativo a diminuição das aberturas destas válvulas e evita-se emissões para a atmosfera e consequente perdas por evaporação do etanol. Já para os elementos (CC’s) corta-chamas, esse mesmo fabricante possui certificado para a classe de explosividade de fluidos que atende o etanol. Sempre lembrando que as usinas devem exigir destes fornecedores as certificações por terceira parte de entidades reconhecidas internacionalmente, e que seguem os requisitos da EN-12874 e ISO-28300.
IN- Que problemas são comuns no que diz respeito à instalação de tanques ou conjunto de tanques deste tipo?
PD-Decisões corretas quanto ao volume ideal dos tanques, relacionados ao tamanho físico da área do parque de tanques. Falta de informação técnica, de algumas usinas, para que possa solicitar, do fabricante e montadora, o atendimento a todos os padrões de cumprimento e solicitação às normas. Aplicação e adequação das matrizes de segurança, incluindo estudos de redundância. Atendimento legal aos aspectos do meio ambiente, oriundo das emanações atmosféricas. Apesar do empenho dos departamentos de segurança, engenharia e manutenção da área, ainda há uma cultura que impede avanços com relação a determinadas soluções e solicitações; mesmo assim, progressos estão sendo sentidos.
IN- Como prevenir acidentes? Eles são comuns? Por quê?
PD-Acidentes com tanques de armazenamento têm ocorrido com frequência em todos os setores de parque de tanques que geram vapores explosivos, no mundo todo. Especificamente aqui no Brasil, em função do aumento da capacidade da área de estocagem de etanol, houve um acréscimo no número de tanques novos instalados e reativação de antigos tanques em estado de hibernação. Necessariamente, acidentes não ocorrem em função desta última situação, haja vista, a ocorrência com tanques novos recentemente instalados. Com relação aos tanques, antes em hibernação, uma inspeção inicial detalhada, que nortearia para futuras inspeções periódicas, certamente influenciaria nos aspectos da segurança, pois estes muitas vezes em fase final de vida útil acabam reativados sem os devidos critérios. Esta é uma das grandes dificuldades que as engenharias, responsáveis pelo setor, vêm enfrentando.  Em tanques com vida útil diminuída, devido à falta de critérios de manutenção e inspeções periódicas ou mesmo tanques em sua fase de envelhecimento, sempre há de se levar em critério os aspectos relativos à redundância quanto a segurança.
Além dos citados, outro ponto relacionado a acidentes, são os gerados por elementos de fenômenos naturais, como descargas elétricas (raios), eletricidade estática, faíscas mecânicas ou originadas por ultrassom, e influências climáticas ocasionadas por resfriamento repentino (sol forte, com resfriamento brusco ocasionado por chuvas de verão).
Alguns acidentes tem danos materiais, outros infelizmente subtraído vidas humanas, sempre irreparáveis.
IN- Quais são os investimentos em segurança que a usina precisa tomar para garantir a continuidade do negócio, evitando ainda prejuízos humanos, materiais e ambientais?
PD-Segurança é um aspecto que sempre deve ser considerado, mesmo que se tenha redundância na planta. Deve ser revisto todos os procedimentos de manutenção, procedimentos de inspeção, dar treinamento operacional técnico e treinamentos de brigadas. Investir no parque, pois por mais que se venha levantar custos relacionados à segurança, tanto de pessoas como de equipamentos ou mesmo custos de manutenção e inspeção, estes estarão, por mais custosos que possam parecer, com valores próximos de 0,7 @ 1,0 [%.1095-1anos], o que é algo relativamente baixo, comparado ao custo de uma acidente evitado, que em ocorrência  terá custos financeiros altíssimos, sem contar o prejuízo por vidas ceifadas, lucro cessante, multas, processos e imagem da empresa, valores estes que se considerados estariam acima de uma faixa média inicial de 300 [%] do custo do tanque acidentado.
IN- Existe essa atenção da parte das usinas?
PD-Infelizmente somente àquelas que passaram por acidentes tem uma atenção maior dispensada ao seu parque de tanques. O que muitas pessoas ainda pensam, e se equivocam, é a periculosidade do etanol, por exemplo no conceito de inflamabilidade, se comparado a gasolina. O etanol é muito mais perigoso, pois mesmo a gasolina tendo um limite inferior de explosividade menor que o etanol, a faixa de explosividade do etanol é 2,6 vezes maior que a da gasolina. Seu (PF) ponto de fulgor, que é a menor temperatura que um líquido combustível ou inflamável libera uma quantidade de vapor suficiente para formar uma mistura inflamável com o ar, perto da superfície, e propague uma chama a partir de uma fonte de ignição, é de 13 [°C], ou seja, se a temperatura ambiente numa determinada região estiver, em 25 [°C] e ocorrer um vazamento do produto ou de gases, com o ponto de fulgor do etanol em 13 [°C], significa que o produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis suficientes, para que, bastando apenas uma fonte de ignição haja inicio de ocorrência de uma deflagração .Portanto, o etanol, em qualquer parte do Brasil, está sempre dentro da faixa de explosividade na temperatura ambiente.
Pensando neste aspecto, já seria um ponto para as usinas se atentarem com mais cautela nos aspectos relacionados à segurança, pois como podemos perceber, uma quantidade grande de fatores de risco devem sempre ser consideradas.
IN-É possível aumentar a segurança de tanques de etanol antigos? Como?
PD-Aspectos relacionados a segurança não devem passar pelo tempo de vida útil de um tanque, se assim fosse, tanques novos não deveriam sofrer acidentes, o que não é verdade, pois a quantidade de redundâncias da segurança não passa por este critério, mas se consideramos que tanques antigos, hoje tem em torno de 25 anos ou mais, que não foram submetidos aos critérios de padrões das normas vigentes bem como dos órgãos inspetores de alvará (bombeiros, CETESB), devem ter sua atenção neles concentrada e, se possível, dentro da visão de uma engenharia reversa, pois muitos deles não possuem qualquer tipo de documentação comprobatória para rastreabilidade, para que possam ser repotencializados, isto é, tenham uma base de dados, estudos, recálculos de pressões, tensões mínimas atuantes, esforços críticos atuantes, o bastante suficiente para medir sua vida útil remanescente, e direcionar investimentos na área, para melhorias.  Mesmo no caso de haver documentação, uma análise detalhada vai direcionar a procedimentos de segurança. É importante ter um entendimento de que não há um procedimento de inspeção padrão, para executar uma análise deste tipo, pois fatores inerentes ao tanque, poderão levar a alguns tipos de ensaios com laudo de análise e por diferentes procedimentos, para que se possa estabelecer uma vida remanescente útil e garantir que o mesmo possa continuar sua operação, sempre em atendimento aos aspectos da segurança.
IN- Qual é a importância da inspeção dos tanques?
PD-Garantir as condições operacionais e de segurança. Determinar prazos para futuras inspeções. Alimentar através de informações o pessoal de manutenção, para corrigir desvios e certificar outras. Levantar parâmetros de melhorias ou possíveis danos ocorridos durante o período em que a última inspeção determinou. Estabelecer as condições operacionais e indicar danos ocorridos. Poder determinar, através de uma análise crítica de inspeção, seja visual, END’s e de procedimentos para estabelecer critérios que direcionem, por exemplo, a novos prazos de inspeção, entre outros critérios. Indicar acessórios que aumentem a redundância na segurança. Alertar sobre a atualização de normas. Oferecer um benchmarking com tecnologias empregadas em outros parques de tanque de outras usinas, entre outros aspectos.
IN- Como é feito uma inspeção adequada?
PD-É importante conhecimento de normas de inspeção e ensaios, além das específicas para tanques e alguns anos dedicados na área. Ouvir operadores e entender os procedimentos operacionais. Passar informações adquiridas ao pessoal da segurança e da engenharia do setor. Ouvir as informações adquiridas do pessoal da segurança e da engenharia do setor. Discutir melhorias de aspecto de segurança resultantes da inspeção. Envolver o pessoal responsável pela área, no comprometimento da inspeção. Executar relatórios que contenham laudos conclusivos e ensaios se necessário, auxiliares da inspeção. Alguns relatórios com recheios de ensaios de ponta e alguns com tecnologia recente tem custo alto e muitas vezes seu resultado de aproveitamento fica abaixo do esperado e resultam em conclusões não determinantes. Deve ser premissa do inspetor em não ser um “vendedor” de ensaios, destrutivos ou não; portanto, critério e bom senso ao solicitar ensaios, pois estes são feitos para auxiliar a inspeção, onde a recíproca não é verdadeira. Inspeções devem retornar com resultados que direcionam a uma ou várias soluções e deem suporte aos departamentos de engenharia, segurança e manutenção.
Continuação de TANQUES DE ETANOL – PARTE 3
Entrevista à revista IDEA NEWS – NUMERO 125/03/2011 Pag. 24@29

TANQUES DE ETANOL - PARTE 3

Explosão de tanque de etanol, em Kembla na Austrália.
Armazenamento de etanol
IN - Qual é a finalidade do armazenamento de etanol?
PD - Atender a necessidade de manter estoques não consumidos, rever demandas anuais de consumo e exportação, pois mesmo que houvesse demanda suficiente, a sazonalidade do setor por entressafras vem através da estocagem do produto, garantir a demanda de consumo constante. Mesmo agora, com a aprovação pelo IBAMA do trecho incial de 542 km do álcoolduto, pela Petrobras, que passará por 34 municípios, os armazenamentos intermediários através dos parque de tanques é de suma importância para o escoamento e logística do setor.

IN - Qual é a capacidade indicada de armazenamento de etanol que uma usina deve ter?
PD - Este é um plano subjetivo, pois cada usina tem seu parque de estocagem industrial para atender suas necessidades de produção.  O parque de tanques vai depender da porcentagem reservada para etanol. Atualmente o que se tem observado, é que os volumes estocados por tanque tem aumentado, isto é, as novas usinas instaladas têm preferido tanques com maior capacidade individual, por tanque, e consequente diminuição da quantidade de tanques.

IN - Quais procedimentos uma usina deve tomar para instalar tanques de armazenamento de etanol?
PD - Verificar se no aumento do parque de tanques ou em novos parques se a área determinada atende fisicamente as necessidades.  Deve atender inicialmente os procedimentos utilizados aqui no Brasil, com consultas aos órgãos competentes, tais como Corpo de Bombeiros, verificar sobre as licenças provisória e de instalação do DAIA (Departamento de Avaliação de Impactos Ambientais) e a Cetesb, além de verificar a legislação local, para atendimento ao projeto.   Infelizmente, para licenças de instalação em parque de taques de etanol, cada órgão competente tem sua própria legislação, o que se torna um problema, pois a usina tem que atender a todas solicitações.  Deveria haver um procedimento único, que baseado em normas de padrão internacional, atendesse todos os aspectos de instalações, segurança e meio ambiente.

IN - Quais são as capacidades que os tanques de etanol devem ter?
PD - Não existe um padrão de capacidade para estocagem; este fator vai depender da política interna de cada usina, mas ultimamente algumas vêm priorizando tanques de 30 milhões de litros. Porem vale lembrar que não se trata de padrão, pois é usual que se tenha capacidades distintas de estocagem, com variações de 5 @ 40 milhões, pois tanques maiores não protegidos por válvulas de alívio de pressão e vácuo, quando têm sua capacidade de estocagem reduzida, sofrem perdas maiores por evaporação atmosférica.

IN - Quais características devem ter um tanque de etanol (material, tecnologia aplicada, automação, segurança) e que precisam ser levadas em conta pela usina?
PD - Estes são aspectos de suma importância, e de modo geral, deveriam ter um acompanhamento mais próximo das usinas, por departamento próprio ou engenharia terceirizada, com exigências técnicas e de segurança do tanque como um todo, com acompanhamento do projeto, aprovação das folhas de dados construtivas e dos desenhos de projeto, inspeções e acompanhamento de fabricação, fornecimento de todos os certificados construtivos e de terceiros, e outros que atendam a garantida do produto. A totalidade destes tanques é de construção em aço carbono (fundo, corpo e teto), e tem suas características de projeto de fabricação, cálculos construtivos, dimensionais, procedimentos típicos de soldas e soldagens, testes e fundações, para tanques cuja pressão interna não exceda 18 [kPa], descrita na norma “American Petróleo Instituto” (API Standard - 650). Aqui no Brasil, a ABNT NBR-07821, tem o mesmo propósito da API, porem com informações restritas. Devem ser consultadas também, as normas ABNT, Nabors 17505-1 @ 7, que elaboram sobre Armazenamento de Líquidos inflamáveis e Combustíveis, desde Disposições gerais, Armazenamento em tanques e vasos, Sistemas de tubulações, Armazenamento em taques pequenos, Operações, Instalações e equipamentos elétricos e Proteção contra incêndio, todas baseadas na “Nacional Fere Protético Associativo” (NFPA-30). Para o dimensionamento dos respiros de emergência, Válvulas de alívio de pressão e vácuo e corta-chamas, consultar a nova edição da API-2000 6ª Edito de2009.  Com relação a acessórios, o mercado tem oferecido boa tecnologia de automação e segurança, porém é preciso estar atento a estes produtos, para exigir  sempre destes fabricantes  certificações por terceira parte de órgãos independentes e internacionais, para que a usina possa ter segurança de que foram testados e fabricados dentro das normas aplicáveis, afim de garantir que estes produtos atendam seus gráficos de aplicação apresentados, e atuem dentro do nível de segurança padrão exigida.

IN - Como é instalado um tanque de etanol? Quais são as obras civis exigidas?
PD - Normalmente são verticais e com base de apoio na superfície do solo. O procedimento adequado deve atender a API-650, ou seja, um anel de concreto que recebe o apoio das forças de apoio e reação do corpo cilíndrico e da movimentação do tanque. No interior, onde a base do fundo é apoiada, deve-se remover todo e qualquer material inadequado para uma boa compactação e substituir com preenchimento adequado em camadas, até ser completamente compactado. Outros procedimentos fora da API, não devem ser utilizados.

IN - Como funciona o bombeamento do etanol até o tanque?
PD - Este é um ponto importante; inicialmente todo material elétrico de acionamento deve ser a prova de explosão. Mas, um dos aspectos está concentrado no descarregamento do produto. Vamos avaliar dois casos, como exemplo.
1º - O tanque tem respiro para a atmosfera. No descarregamento haverá entrada desse ar, e como o interior de todo tanque que emana vapores, explosivos é considerado Zona 0, isto é, possui misturas de vapores ou gases explosivos que somados ao ar que entra, nesta condição de procedimento de descarregamento, poderá dar início a uma operação de risco, pois caso aconteça alguma deflagração atmosférica próximo ao respiro, com o tanque inalando, a possibilidade de entrada da chama para o interior do tanque é grande.
2º - O tanque é hermético, ou seja, possui válvula de alívio de pressão e vácuo com corta-chamas na montante, e não há e não deve haver qualquer outra conexão que permita entrada de ar atmosférico para o interior do tanque; assim, a pressão interna de vácuo, no descarregamento, chegará a um ponto (abaixo da PMTA de vácuo do tanque), em que a válvula abrirá deixando o ar atmosférico entrar para quebra da pressão de vácuo.
Agora, uma coisa importante é saber que as vazões de vácuo (-)(descarregamento do tanque), são muito maiores que as de enchimento (+) (carregamento do tanque), e no caso de tanques que possuam válvulas de alívio de pressão e vácuo mal dimensionadas, ou mesmo válvulas cujos fabricantes, não atendem as vazões de vácuo em seus gráficos, correm grande risco do tanque implodir.
A nova API 2000 6ª Edição, que veio complementar a edição anterior, deixou de ser o único contraponto às normas internacionais vigentes e se tornou semelhante a ISO 28300, com relação aos cálculos de vazões de respiros do tanques, e unificou a necessidade de todo tanque que emana misturas explosivas possuir válvulas de alívio de pressão e vácuo e, caso incorpore um elemento corta-chamas este deve estar na montante da válvula, ou caso não se instale e válvula, instale-se um corta chamas, devendo sempre haver estas proteções.


Continua em TANQUES DE ETANOL – PARTE 4
Entrevista à revista IDEA NEWS – NUMERO 125/03/2011 Pag. 24@29

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

COM A RAIZEN, COSAN E SHELL ACELERAM NO ETANOL

A Raízen surgiu com uma estratégia agressiva de expansão em toda a cadeia de açúcar e álcool do país. Mas o cenário se mostrou mais favorável para os combustíveis, com a perspectiva de preços elevados do etanol.  Diante das novas condições do mercado, a Raízen vai pisar no acelerador no mercado de combustíveis, onde a empresa pretende alcançar capacidade de moagem de 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano em 2015, partindo dos atuais 64 milhões. Até lá, a companhia deverá gastar US$ 7 bilhões em investimentos (cerca de R$ 13 bi). A Raízen já é a maior produtora de etanol do país, com 2,2 bilhões de litros por ano, e pretende elevar a capacidade para 5 bilhões. No açúcar, a meta é menos ambiciosa: passar de 4,4 milhões de toneladas para 6 milhões. As perspectivas de mercado justificam a estratégia. Em setembro, descontando a variação cambial, a queda no preço do açúcar cristal chega a 20%. Já no etanol, os valores recuaram 4% no mês passado, com o avanço da safra. Mas a queda é passageira: a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) prevê moagem de cana neste ano 10% inferior a do ano passado. "Há uma forte pressão para aumentar a oferta de etanol, porque a demanda é pujante", diz Luiz Osório, vice-presidente de sustentabilidade e relações exteriores da Raízen.

Para elevar a produção, a Raízen pretende crescer em duas frentes. A primeira é ter mais capacidade instalada, com a expansão das atuais usinas e a abertura de novas unidades. A segunda é realizar aquisições. Com a escassez de crédito para as pequenas usinas, a tendência do setor é de concentração.

A empresa tem planos de investir R$ 2 bilhões no ano safra de 2012 e elevar sua produção de 62 milhões de toneladas para 70 milhões de toneladas. Para isso, um diferencial é sua integração de toda a cadeia produtiva. A companhia atua em todos os níveis: moagem, logística e distribuição no varejo. Em operação desde junho, a joint-venture da Shell e Cosan uniu empresas com necessidades complementares. De um lado, a Shell quer aumentar as operações em energias com baixa emissão de carbono. De outro, a Cosan precisa ganhar escala. Não há ainda prazo para a fusão de seus 4.500 postos no país - que usarão a bandeira Shell - Raízen.

A forte presença da distribuição na Raízen faz com que, não apenas o etanol, mas também a gasolina ganhe importância. A empresa prevê elevar a comercialização de combustíveis, incluindo etanol e gasolina, de 21 bilhões de litros para 28 bilhões de litros nos próximos cinco anos. "Certamente um aumento na venda de gasolina está nesse volume, incluindo ainda que a empresa obteve sucesso nas vendas de seu mais recente etanol certificado. A Raízen foi a primeira empresa a obter o Bonsucro, selo de sustentabilidade ambiental para o etanol”, completa Osorio. Com o sucesso nas vendas a empresa pretende expandir o selo para outras quatro usinas ainda este ano.

O selo de sustentabilidade é um dos requisitos para que o produto seja aceito no mercado europeu, para o açúcar e etanol.

Com a integração da rede de postos Shell aos negócios da companhia, totalizando 4.500 pontos de venda espalhados por todo o país, não há informação suficiente até o momento para as casas de pesquisa elaborarem modelos de projeção, e o mercado aguarda os próximos resultados para estabelecer uma base. Isso porque a Shell e a Cosan passaram a operar juntas somente em junho deste ano, o que representa apenas o último mês do primeiro trimestre do exercício social da empresa.

Fonte: Portal Brasil Econômico

terça-feira, 4 de outubro de 2011

INVESTIMENTOS DA RAÍZEN

A RAÍZEN é a primeira experiência da Shell na produção de biocombustíveis. A joint venture com a brasileira COSAN, planeja investir US$ 7 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos. Cerca de US$ 5 bilhões serão para ampliar a produção de etanol, açúcar e energia elétrica cogerada. O restante dos recursos irá para a rede de postos de combustíveis que contam hoje com uma rede de 4,5 mil postos, entre Shell e Esso - e operações de logística.
A perspectiva da Raízen, que começou a operar de forma integrada em 1º de junho, é sair de uma capacidade atual de moagem de cana de 65 milhões de toneladas para 100 milhões de toneladas em cinco anos.

No período, vai mais do que dobrar a produção de etanol, saindo de uma capacidade atual de 2,2 bilhões de litros para 5 bilhões de litros por ano.

Segundo Mark Williams, vice presidente mundial da área de distribuição da SHELL, a empresa é hoje a maior compradora mundial de etanol, com um volume que chegou a 9,5 bilhões de litros em 2010. É também a empresa que mais mistura álcool à gasolina por força de legislações que obrigam à adição de etanol ao combustível fóssil em cerca de 50 países, incluindo EUA e Brasil. No primeiro, a adição de etanol à gasolina é de 10% de etanol à gasolina. No Brasil, o governo reduziu o percentual de mistura de 25% para 20% a partir de 1º de outubro.

Leia mais AQUI.

Fontes: Portais BIOCANA e VALOR ECONÔMICO