sexta-feira, 16 de julho de 2010

DEDINI SE UNE À NOVOZYMES EM PROJETO PARA ETANOL DE CELULOSE

A Dedini S/A Indústrias de Base, pioneira no assunto no Brasil, com início de suas pesquisas em 1980, estava a procura de parceiros para dar continuidade ao DHR (Dedini Hidrólise Rápida), cuja finalidade é produzir etanol de segunda geração.
Hoje, confirma parceria com a empresa dinamarquesa Novozymes, especializada em enzimas industriais, e a brasileira Dedini Indústria de Base, a maior empresa de equipamentos para o setor sucroalcooleiro do país, anuncia o projeto conjunto para produção de etanol celulósico feito a partir de bagaço e de palha de cana-de-açúcar. O objetivo é construir uma usina integrada a uma planta de açúcar até 2012 e vencer o desafio de fabricar o etanol celulósico mais competitivo mundo.
O projeto usará enzimas para hidrolisar as moléculas de celulose do bagaço e da palha da cana, ou seja, transformar a biomassa em açúcares. A Dedini desenvolveu entre 2003 e 2007 uma planta experimental de etanol celulósico em uma usina em São Paulo, mas utilizando ácidos no processo de hidrólise.
A enzima já foi desenvolvida pela Novozymes e está em uso em um outro projeto da empresa dinamarquesa com a americana Poet, uma das maiores produtoras de biocombustíveis de segunda geração dos Estados Unidos.
William Yassume Yassumoto, gerente de Novos Negócios da Novozymes no Brasil, conta que a Poet anunciou neste ano a construção de uma planta de demonstração de etanol celulósico, usando essa enzima, com custos de produção viáveis nos Estados Unidos.
O primeiro grande projeto da Novozymes em etanol celulósico no Brasil começou em 2007 com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), entidade privada de pesquisa em cana mantida por usinas do Centro-Sul. O objetivo é semelhante ao do acordo com a Dedini, ou seja, implantar uma fábrica de demonstração de etanol celulósico. "Mas, as pesquisas têm foco na necessidade dos associados do Centro. O etanol sairá da fábrica americana a US$ 2 por galão, que é o valor equivalente ao custo do etanol convencional de milho nos EUA. No entanto, para o Brasil, a Novozymes precisa apresentar um custo menor, pois trabalhamos com um patamar da ordem de US$ 1,50 por galão ", completa Yassumoto.
A tecnologia de produção de etanol celulósico já é dominada pela pesquisa. O desafio agora é torná-lo competitivo.
No projeto piloto desenvolvido pela Dedini  o etanol celulósico foi produzido, mas com custos entre quatro e oito vezes mais altos do que o do etanol de cana, conta José Luiz Olivério, vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Dedini.
Nesta parceria, a Novozymes deve usar outras enzimas nos testes. As duas empresas ainda não calcularam quanto de investimento esse projeto irá absorver, valor que deve ser definido em uma fase mais avançada do projeto, quando o escopo da usina tiver definido.
Provando-se viável economicamente, a produção de etanol celulósico com palha e bagaço de cana poderá dobrar a atual fabricação de etanol nas usinas do Brasil, segundo Olivério. "Uma indústria com boa produtividade agrícola e industrial produz 7 mil litros de etanol por hectare de cana cortada. Se essa mesma usina utilizar 100% do bagaço e da palha de cana disponível para produção de etanol celulósico, essa produção sobe para 12 mil a 13 mil litros", detalha.
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Fonte: Portal Valor Ecomomico / Jornal do Paraná

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