segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PETROBRAS QUER REDUZIR FATIA EM ALCOODUTO COM SAIDA DA MITSUI

A Petrobras pretende reduzir sua participação na PMCC Projetos de Transporte de Álcool S/A, empresa onde é parceira da Mitsui e da Camargo Corrêa. A empresa foi criada para a construção de um alcoolduto ligando o interior do Centro-Oeste ao litoral do Sudeste para escoar etanol produzido no interior até os principais mercados consumidores e também para os portos. Esta redução teria como primeiro movimento a saída da Mitsui. A ideia da estatal é abrir espaço para novos sócios interessados no projeto. Os potenciais novos sócios seriam os outros projetos de alcooldutos existentes, a Uniduto Logística S.A. e o projeto da ETH, braço sucroalcooleiro da Odebrecht. Em busca de sinergias, negociações entre os três projetos de dutos já ocorrem há alguns meses.
A informação de que a Mitsui tem a intenção de deixar a PMCC consta no prospecto divulgado pela Petrobras para sua oferta pública de ações encerrada na semana passada. Parceira do projeto desde sua criação, em março de 2008, a japonesa Mitsui possui um terço do capital da PMCC. Os outros dois terços estavam divididos igualmente entre Petrobras e Camargo Corrêa. Com a saída da Mitsui, a Camargo Corrêa ficará com 51% da PMCC e a Petrobras com 49%. Procurada, a Petrobras confirmou as informações contidas no documento. A Uniduto confirmou as negociações com a PMCC através de sua assessoria.
Mas, segundo apurado pela Agência Estado, a Petrobras e a Camargo Corrêa pretendem redistribuir a participação na PMCC com os novos sócios. Neste sentido, a PMCC vem mantendo negociações com a Uniduto e com a ETH. O objetivo da Petrobras e da Camargo Correa é de reduzir sua participação na PMCC (ou na empresa que venha a sucedê-la na realização do projeto) para apenas cerca de 20%. No projeto de duto da PMCC, os investimentos estão orçados em R$ 5 bilhões e devem ser realizados ao longo de até cinco anos. O alcoolduto terá mais de mil quilômetros de dutos, tanques e centros de coleta vinculados às redes hidroviária e rodoviária. A Petrobras afirma que a construção terá início ainda em 2010, no trecho entre Ribeirão Preto e Paulínia. A expectativa da PMCC é de que este trecho entre em operação no terceiro trimestre de 2011.
O projeto integral prevê a construção de dutos entre Senador Canedo, no interior de Goiás, e Paulínia, no interior de São Paulo, passando por Itumbiara (GO), Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). Nessas cidades, existirão centros de coletas. A partir de Paulínia, onde está localizada a refinaria da Petrobras, um duto partirá em direção à cidade de São Paulo e dali para São Sebastião, no litoral paulista. Outro duto seguirá em direção ao Rio de Janeiro. E um terceiro duto vai até ao município de Anhembi, às margens do Rio Tietê. Neste ponto, está prevista uma conexão com a rede hidroviária do oeste paulista e de Mato Grosso do Sul.
O objetivo da Petrobras e da Camargo Corrêa é de alavancar o máximo dos investimentos necessários para a consecução das atividades da PMCC por meio de recursos advindos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de bancos comerciais brasileiros. A expectativa inicial da PMCC era de que, até 2020, o alcoolduto iria transportar 23 bilhões de litros de etanol, dos quais 10 bilhões ficariam na Grande São Paulo e 13 bilhões de litros seguiriam para os portos no litoral paulista e fluminense, para serem exportados ou para cabotagem. Com pouca produção própria para amortizar os investimentos através da utilização dos dutos, uma estratégia que chegou a ser cogitada pela PMCC foi a de se associar a produtores de etanol.
Uma união com os outros projetos de dutos supriria este problema de ter etanol para ser transportado, principalmente porque vários trechos do projeto da PMCC seguem a mesma trajetória dos demais dutos. Apenas na sinergia provocada pela realização de apenas um duto em regiões em que os três projetos seguiriam em paralelo, a redução de custo beira a R$ 1 bilhão.
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Fonte: Portal O ESTADO DE MINAS

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