segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CREDORES DA USINA ALBERTINA PRORROGAM PRAZO PARA LEILÃO DE ATIVOS

Credores da Companhia Albertina aprovaram em assembleia geral a prorrogação do prazo para o leilão de ativos da usina de açúcar e álcool de Sertãozinho (SP). Pelo plano de recuperação judicial aprovado em maio de 2009, a companhia poderia, após um ano em meio, leiloar parte ou a totalidade dos ativos para o pagamento de credores. O prazo venceria em novembro e foi postergado para 15 de abril de 2011.
Segundo o gestor interino da Companhia Albertina, Marcelo Milliet, além dos bons resultados obtidos pela empresa desde a aprovação do plano, a prorrogação do prazo do leilão possibilita novos investimentos na usina para que ela possa ser vendida sem que haja a necessidade de leilão. O executivo avalia que a usina, cujo processamento chega a 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra, possa atingir um valor de mercado de até US$ 150 milhões.
“A empresa está sendo preparada para venda, com a publicação de balanços, a renegociação de outras dívidas e, por isso acredito que não teremos leilão, ou mesmo uma nova assembleia para aprovar uma nova prorrogação” disse Milliet, otimista com a possibilidade de venda da usina. Ainda de acordo com ele, para que a usina seja negociada é preciso apenas o aval de três credores preferenciais: os fundos Multigrain e Callao/Crescera e o banco HSH. Esses credores, além de aprovarem o plano de recuperação judicial, reinvestiram na usina e liberaram garantias que tinham na produção e nas safras de cana.
Dos R$ 235 milhões da dívida sujeita à recuperação judicial, a Albertina pagou em torno de R$ 90 milhões e saldou a dívida da maioria dos credores.
“Tínhamos mais de 700 credores e hoje temos 120”. Até o final de novembro, a usina encerrará a safra com o processamento de 1,4 milhão de toneladas de cana, bem próxima à capacidade total de 1,5 milhão. A safra 2011/2012 começa entre março e abril de 2011.
Para ter um fluxo de caixa capaz de cumprir as obrigações, a Albertina transforma 80% da cana em açúcar e comercializa grande parte no mercado interno. A produção de etanol consome os 20% restantes. Com os preços elevados nas últimas duas safras, a empresa conseguiu sair do prejuízo de R$ 266,2 milhões em 2008 para lucro líquido de R$ 109,08 milhões em 2009.  No entanto, a maior parte desse lucro líquido, quase R$ 100 milhões, veio do abatimento da dívida fiscal que a Albertina obteve ao aderir ao Refis. Com isso, o valor da dívida com o governou caiu de R$ 160 milhões para menos de R$ 60 milhões.  Por fim, renegociamos ainda a dívida de credores que não estavam no plano de recuperação judicial” – concluiu Milliet.

Fonte: Portal Agência Estado - Gustavo Porto

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