terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E-LIXO - SAIBA ONDE DESCARTAR TODO MATERIAL ELETRÔNICO QUE PARA VOCÊ NÃO TEM MAIS UTILIDADE

Dos países emergentes, o Brasil é o que mais gera lixo eletro-eletrônico por pessoa.
Cada vez menores, mais leves e com mais funções, a impressão que dá é que notebooks, celulares, mp3 e televisores se modernizam na mesma velocidade da luz. Com tanto equipamento bonito de última geração surgindo a todo instante no mercado a vontade de adquirir um novo acaba sendo inevitável. Mas a pergunta que fica é: onde vão parar todos esses aparelhos antigos abandonados?
A maioria vai para lixões a céu aberto, contaminando o meio-ambiente com suas diversas substâncias nocivas. Chumbo, cádmio, berilo, mercúrio e muitos outros elementos tóxicos se misturam ao solo e lençóis freáticos. O volume de lixo eletrônico no mundo é alarmante e, de acordo com relatório da ONU publicado este ano, aumenta nada menos que 40 mil toneladas anualmente. O estudo calculou ainda a produção de detrito em cada país e, entre os emergentes, a China gera a maior quantidade, porém, é o Brasil que lidera o ranking per capita.
No mesmo ano em que foi divulgado o resultado da pesquisa, a Política Nacional de Resíduos foi sancionada em território brasileiro - depois de quase 20 anos em tramitação. A lei define que cabe às empresas recolher e dar destino adequado aos seus eletrônicos vendidos, e que governo e a sociedade civil também devem colaborar.
Mauro Cesar Bernardes, um dos representantes da ONG StEP (Solving The E-Waste Problem),  que contribuiu com a pesquisa da ONU, acredita que a aprovação veio atrasada, mas em boa hora. Para ele, o importante agora é pensar em como ela será colocada em prática.

Separando o joio do trigo
Mauro é também um dos coordenadores do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir) da USP, que foi criado para dar um destino sustentável aos equipamentos eletro-eletrônicos obsoletos ou quebrados da universidade. "Percebemos que os recicladores retiravam o material que lhes interessava, próximos da sua atividade, e o resto ia parar no lixo", conta.
Pensando nisso, o projeto separa os componentes dos aparelhos e encaminha às recicladoras de cada um dos materiais - que possuem licença ambiental e estão cadastradas. O objetivo é reaproveitar ao máximo cada parte dos equipamentos, já que, segundo o relatório da ONU, é possível reciclar até 98% de um computador.
Do total de máquinas, recuperam-se algumas poucas que são remontadas e emprestadas a projetos sociais. "Não doamos porque elas seriam usadas por um tempo e depois descartadas de forma incorreta. Com o empréstimo, os computadores retornam, nós fazemos a separação e encaminhamos para reciclagem", explica.
O Cedir eventualmente recebe aparelhos de pessoas físicas, mas o foco é conseguir processar os vários equipamentos da universidade, que segundo Mauro, já é uma demanda bem grande.

Postos de reciclagem
Para quem deseja descartar seus aparelhos de forma ecologicamente correta e não sabe onde, a boa notícia é o e-lixo maps, que faz o mapeamento online dos locais de reciclagem de resíduos sólidos de eletro-eletrônicos.
Recentemente criado, trata-se de uma iniciativa do Instituto Sérgio Motta (ISM) em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O projeto associa uma plataforma do Google Maps com um banco de dados dos principais pontos de coleta de lixo eletrônico da capital, interior e litoral de São Paulo.
Basta apenas acessar o site, inserir o número do CEP e o tipo de "e-lixo" que precisa ser descartado para que sejam mostrados os locais mais próximos da sua casa, que recebem e reciclam o material desejado. Segundo Renata Motta, diretora do ISM, o banco de dados é atualizado continuamente com novos estabelecimentos.
Cerca de 650 postos já estão cadastrados, mas ao que tudo indica, esse número deve aumentar logo. "Inicialmente, o projeto abrange São Paulo porque é onde fica o Instituto e conseguimos a parceria com a Secretaria, mas a ideia é que, a partir do ano que vem, ele seja ampliado para outras cidades. Já estamos procurando parcerias com as prefeituras para nos ajudar com a triagem à distância", explica Renata.

Fonte: portal GuiadaSemana – Marjorie Ribeiro

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