quinta-feira, 13 de outubro de 2011

COM A RAIZEN, COSAN E SHELL ACELERAM NO ETANOL

A Raízen surgiu com uma estratégia agressiva de expansão em toda a cadeia de açúcar e álcool do país. Mas o cenário se mostrou mais favorável para os combustíveis, com a perspectiva de preços elevados do etanol.  Diante das novas condições do mercado, a Raízen vai pisar no acelerador no mercado de combustíveis, onde a empresa pretende alcançar capacidade de moagem de 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano em 2015, partindo dos atuais 64 milhões. Até lá, a companhia deverá gastar US$ 7 bilhões em investimentos (cerca de R$ 13 bi). A Raízen já é a maior produtora de etanol do país, com 2,2 bilhões de litros por ano, e pretende elevar a capacidade para 5 bilhões. No açúcar, a meta é menos ambiciosa: passar de 4,4 milhões de toneladas para 6 milhões. As perspectivas de mercado justificam a estratégia. Em setembro, descontando a variação cambial, a queda no preço do açúcar cristal chega a 20%. Já no etanol, os valores recuaram 4% no mês passado, com o avanço da safra. Mas a queda é passageira: a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) prevê moagem de cana neste ano 10% inferior a do ano passado. "Há uma forte pressão para aumentar a oferta de etanol, porque a demanda é pujante", diz Luiz Osório, vice-presidente de sustentabilidade e relações exteriores da Raízen.

Para elevar a produção, a Raízen pretende crescer em duas frentes. A primeira é ter mais capacidade instalada, com a expansão das atuais usinas e a abertura de novas unidades. A segunda é realizar aquisições. Com a escassez de crédito para as pequenas usinas, a tendência do setor é de concentração.

A empresa tem planos de investir R$ 2 bilhões no ano safra de 2012 e elevar sua produção de 62 milhões de toneladas para 70 milhões de toneladas. Para isso, um diferencial é sua integração de toda a cadeia produtiva. A companhia atua em todos os níveis: moagem, logística e distribuição no varejo. Em operação desde junho, a joint-venture da Shell e Cosan uniu empresas com necessidades complementares. De um lado, a Shell quer aumentar as operações em energias com baixa emissão de carbono. De outro, a Cosan precisa ganhar escala. Não há ainda prazo para a fusão de seus 4.500 postos no país - que usarão a bandeira Shell - Raízen.

A forte presença da distribuição na Raízen faz com que, não apenas o etanol, mas também a gasolina ganhe importância. A empresa prevê elevar a comercialização de combustíveis, incluindo etanol e gasolina, de 21 bilhões de litros para 28 bilhões de litros nos próximos cinco anos. "Certamente um aumento na venda de gasolina está nesse volume, incluindo ainda que a empresa obteve sucesso nas vendas de seu mais recente etanol certificado. A Raízen foi a primeira empresa a obter o Bonsucro, selo de sustentabilidade ambiental para o etanol”, completa Osorio. Com o sucesso nas vendas a empresa pretende expandir o selo para outras quatro usinas ainda este ano.

O selo de sustentabilidade é um dos requisitos para que o produto seja aceito no mercado europeu, para o açúcar e etanol.

Com a integração da rede de postos Shell aos negócios da companhia, totalizando 4.500 pontos de venda espalhados por todo o país, não há informação suficiente até o momento para as casas de pesquisa elaborarem modelos de projeção, e o mercado aguarda os próximos resultados para estabelecer uma base. Isso porque a Shell e a Cosan passaram a operar juntas somente em junho deste ano, o que representa apenas o último mês do primeiro trimestre do exercício social da empresa.

Fonte: Portal Brasil Econômico

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