sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PETROBRAS VIRA CARRO-TANQUE DO MERCADO DE ETANOL

Hoje a Petrobras Combustível soma uma capacidade de refino de aproximadamente 26 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
A importação de um bilhão de litros de álcool anidro é apenas a ponta do iceberg no feérico processo de intervenção do governo no mercado de etanol. A presidente Dilma Rousseff determinou que a Petrobras Biocombustível acelere as negociações para a compra de usinas.
A empresa corre contra o relógio para cravar três aquisições de relativo peso até outubro, quando está previsto o fim da colheita da safra de cana-de-açúcar 2010/2011 e os grupos do setor começam a decidir o percentual da matéria-prima que será destinado à produção de açúcar ou de álcool.
Se antes o avanço da estatal tinha como objetivo prioritário brecar a expansão de investidores estrangeiros no setor, desta vez o alvo é toda e qualquer empresa, seja ela controlada por capital nacional ou externo. O Planalto pretende usar os canhões da Petrobras para evitar uma crise no abastecimento de etanol no mercado interno e, consequentemente, um aumento do preço final ao consumidor.
Hoje, contabilizando-se todas as suas participações no setor, a Petrobras Combustível soma uma capacidade de refino de aproximadamente 26 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. O governo entende que a estatal precisa chegar rapidamente à marca de 50 milhões de toneladas por safra para ter poder de influência sobre a oferta e a formação de preços do etanol.
Com direito a abocanhar uma fatia de US$ 4 bilhões no plano estratégico da holding para o período 2011- 2014, a Petrobras Biocombustível está em negociações com três grupos sucroalcooleiros. Um deles é a paulista Clealco, dona de duas usinas com capacidade total de moagem em torno de 10 milhões de toneladas por safra. O adviser da operação é o Banco Itaú BBA.
Inicialmente, a principal candidata à compra da Clealco era francesa Tereos, dona da Açúcar Guarani e sócia da Petrobras em uma joint venture. No entanto, a própria estatal tomou a dianteira e assumiu as tratativas com os controladores da usina paulista.
Em outro front, a estatal vem mantendo entendimentos com a paranaense Santa Terezinha desde o início do ano – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.118. Maior produtor de açúcar e álcool da Região Sul, o grupo tem capacidade instalada para refinar cerca de 18 milhões de toneladas de cana por safra.
O terceiro alvo da Petrobras Biocombustível seria o Grupo Virgolino Ferreira, um dos maiores produtores de álcool e açúcar de São Paulo. Associada à Copersucar, a empresa fatura cerca de R$ 1,2 bilhão por ano e processa por safra pouco mais de 12 milhões de toneladas de cana.

Fonte: Portal BIOcana

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