terça-feira, 22 de março de 2011

GOVERNO VAI INVESTIR R$ 1 BILHÃO EM BIOTECNOLOGIA

 

O governo decidiu investir forte na indústria brasileira de biomassa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vão destinar R$ 1 bilhão, até 2014, a inovações na área. O anúncio animou pesquisadores da Universidade de Brasília que estão a frente do projeto de implantação do Centro de Biotecnologia do campus. Eles apontam o investimento como fundamental para estimular uma indústria que ainda engatinha no Brasil e no mundo, mas onde há enorme diversidade em pesquisas.

 

O aproveitamento da biomassa, sobra da cana de açúcar que resulta da produção de etanol, poderia dobrar o volume de geração desse combustível.
Para o professor de Agronomia da UnB, Luiz Vicente Gentil, o financiamento é estratégico para o país. “O Brasil já é imbatível no etanol de primeira geração”, diz. “Já temos pesquisas no setor, mas precisamos transformá-las em produtos”, defende Marcos Buckeridge, diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, em Campinas, e um dos maiores especialistas no tema. Ele acredita que o financiamento poderá ajudar a consolidar a liderança do Brasil no setor.
Além de estimular a indústria da biomassa, o financiamento envolve uma das áreas estratégicas de pesquisa do Centro de Biotecnologia: a de biocombustíveis.
O edital da obra está previsto para maio deste ano, segundo o diretor do Centro de Planejamento Oscar Niemeyer da UnB (Ceplan), Alberto de Faria. Para a construção, serão destinados R$ 8 milhões.

BAGAÇO - A iniciativa do BNDES e da Finep tem como propósito aumentar o desenvolvimento e a produção de etanol de segunda geração, aquele obtido a partir do bagaço da cana-de-açúcar. O Brasil tem 440 usinas de cana e é o segundo maior produtor de álcool, atrás dos Estados Unidos, mas ainda engatinha quando se fala em produção de etanol celulósico.
Atualmente a quebra da celulose – que constitui 40% do bagaço da cana -  ainda tem um rendimento pequeno, de 20%. “O problema é que as enzimas usadas ainda não conseguem quebrar a celulose totalmente para que vire álcool”, explica a professora Lídia de Moraes. Ela enfatiza que a hemicelulose, outro polímero do bagaço, não atrai as leveduras e que todo o processo é tratado como uma corrida científica. “É uma formula mágica que todo mundo quer descobrir”, diz.
Cada tonelada de cana gera 280 quilos de bagaço, que hoje é usado basicamente para produzir energia elétrica e adubo. A transformação em mais etanol criaria um novo paradigma para um setor que atualmente sofre com a escassez.
Segundo o estudo de 2009, “A corrida tecnológica pelos biocombustíveis de segunda geração: uma perspectiva comparada”, do BNDES, a tecnologia industrial de produção de etanol no Brasil está próxima de seus limites teóricos. Por isso usar etanol de segunda geração iria impedir que mais terras fossem utilizadas e aumentaria a matriz energética do País.
No Brasil há duas plantas-piloto da Petrobrás para conversão de biomassa em etanol por meio da hidrólise enzimática. Este tipo de álcool é obtido na quebra da celulose do bagaço da cana e ainda necessita de estudos para se tornar viável comercialmente. Há 20 anos são feitas pesquisas para se chegar a uma quebra total, o que poderia fazer dobrar a produção de álcool no Brasil.
Fonte: Portal Planeta universitário – Leia mais

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