segunda-feira, 23 de agosto de 2010

NO ACRE, USINA ÁLCOOL VERDE COMEÇA PRODUÇÃO

No próximo dia 26 de agosto inicia-se a fase de teste, para primeira moagem de cana e inicia a produção de álcool combustível, ainda nesta safra, gerando em princípio, cerca de 400 empregos diretos e outros 3.000 indiretos. O desafio, no entanto, continua. No último sábado, 21, a usina recebeu a visita do governador, que conheceu a finalização na montagem dos equipamentos que faltam para o início desta etapa das operações, acompanhado de diretores do Grupo Farias, membros do Instituto de Meio Ambiente do Acre e do presidente da Federação da Agricultura do Acre.
O Grupo Farias investiu R$ 30 milhões no projeto  Álcool Verde, o cartão-postal que garante que se foi possível recuperar os escombros da Alcobras o Estado está pronto para a Nova Economia, baseada na expansão da indústria e no baixo carbono com alta inclusão social.
A unidade está orientada para produção de álcool carburante, mas deve fabricar açúcar, com a qual também poderá atender todo o mercado do norte e realizar exportações dos seus produtos através do Oceano Pacífico via Peru. O Grupo Farias se destaca no segmento sucro-alcooleiro há mais de quatro décadas, e  possui 10 usinas  nos Estados  de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo e Acre.
Revitalizada e modernizada, a usina é em grande parte automatizada e na casa de máquinas possui comando remoto. Desde Goiás, sede do Grupo Farias, é possível controlar o sistema da Álcool Verde, segundo o gerente industrial e corporativo  da companhia,  Luis Montes.  Um dos aspectos influentes para a consolidação da destilaria é o escoamento da produção. Para o grupo, a logística de distribuição é um diferencial para quem quer se manter competitivo no mercado. A Álcool Verde tem acesso a duas saídas, uma pelo Pacífico e a outro para o Atlântico. 
Em início de moagem, a destilaria deverá produzir entre 6 e 7 milhões de litros de álcool.
O Grupo Farias possui 60% das ações, o governo do Acre, 5%; e o Grupo Santa Elisa, da família Biaggi, 10%. A capitalização das cotas do governo acreano será revertida em pesquisa científica e tecnológica.
Conforme informa Cleísa Cartaxo, presidente do instituto, a empresa vem cumprindo, entre outros compromissos, questões ligadas à proteção de nascentes e dos sítios arqueológicos em estrutura de terra, conhecidos como geoglifos. Essas estruturas têm grande prevalência na região destinada ao cultivo de cana e sua proteção é fundamental para a memória científica mundial, completa.
Há 1.809 hectares cultivados com 20 variedades de cana-de-açúcar. Os canaviais estão espalhados em nove propriedades agregadas. A colheita que começa esta semana será em grande parte realizada com maquinário não necessitando da queima como é ainda feito em outros estados, inclusive São Paulo. O Governo do Estado e a licença determinam que toda a colheita seja sustentável, para servir de exemplo para outras regiões do país. O álcool não será limpo em todo o processo produtivo. Onde não for possível o acesso das colheitadeiras, será utilizada mão-de-obra humana. Calcula-se que pelo menos 180 pessoas sejam contratadas para esse trabalho. 
Estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que dos 78 mil hectares desmatados em Capixaba, 98,5% estão aptos para o plantio de cana-de-açúcar.  Nas áreas de capoeira, 94,5% podem ser utilizados para este fim. De acordo com o secretário Mauro Ribeiro prevê-se que, com base nas experiências de outras regiões, a lavoura de cana ajude a organizar a produção agrícola, com o plantio de feijão, arroz, milho e amendoim para rotação a cada cinco anos. “A cana estimula a produção em escala industrial. Isso ajuda no ciclo agrícola do entorno da usina”, disse o secretário. O cultivo da cana ocupará estimados 0,18% da área total do Acre, em geral terras de pastagem degradadas.
A usina Álcool Verde vai  gerar inicialmente, a partir de 2008, 50 megawatts  com a utilização do bagaço de cana, na primeira etapa, e na segunda, cavacos de madeira. Com isso, o grupo Farias planeja também  entrar no mercado de créditos de carbono, na modalidade mecanismo de desenvolvimento limpo - MDL.  Com as próximas safras, a expectativa é de uma produção é de mais de 40 milhões de litros de álcool.
Fonte: Agência Notícias do Acre

Nenhum comentário:

Postar um comentário