quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

NOVAS FONTES DE ETANOL ESTÃO SENDO AVALIADAS POR PESQUISADORES

O Brasil poderá contar, em alguns anos, com novas fontes para produção de etanol, que tem como matéria-prima, basicamente, a cana-de-açúcar. A Embrapa Cerrados - unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, localizada em Planaltina (Distrito Federal) - coordena, desde o ano passado, pesquisas para avaliar fontes de biomassa que podem ser usadas para produzir o chamado etanol de segunda geração. O objetivo é dominar novas tecnologias para a produção do bioetanol e tornar o País referência mundial no assunto.
As pesquisas da Embrapa Cerrados avaliam o uso de gramíneas forrageiras (usadas na alimentação animal), sorgo, bagaço e a palhada da cana. Também há estudos com espécies de árvores (pinus, eucalipto) e duas espécies da Amazônia: tachi-branco e paricá, como fontes alternativas de biomassa para produção de etanol.
O etanol produzido da cana-de-açúcar é obtido pela fermentação de açúcares presentes no caldo, obtido pela moagem da planta. Como resultado dessas pesquisas, a perspectiva é que açúcares complexos, como a celulose e hemicelulose existentes na composição das plantas, possam também ser convertidos no etanol de segunda geração.
O processo de produção do etanol de segunda geração é composto por duas etapas. Na primeira delas, as longas cadeias de celulose e hemicelulose são quebradas - por hidrólise enzimática ou química - para chegar a açúcares com cinco ou seis moléculas de carbono. Em uma segunda etapa, os açúcares reduzidos obtidos no processo de hidrólise são fermentados, assim como ocorre com a sacarose da cana-de-açúcar. Esse é o procedimento que os cientistas devem percorrer até chegar ao etanol. No entanto, a prática ainda é um desafio.  "O mundo inteiro está trabalhando para definir quais as fontes e os processos a serem usados", comenta o pesquisador da Embrapa Cerrados Marcelo Ayres .    Para ele, em relação a outras nações que estão na corrida para desenvolver a tecnologia do etanol de segunda geração, o Brasil tem a vantagem de estar em uma área tropical, o que favorece o desenvolvimento de biomassa.
“O Brasil precisa ampliar investimentos na agricultura de precisão para melhorar ainda mais o que já vem fazendo bem: o plantio de cana-de-açúcar voltado à produção de etanol, completa Ayres.

A História

1905 - Começam os testes com álcool combustível no Brasil
1931-  O governo brasileiro estabelece um decreto que obriga a mistura de 5% de álcool na gasolina importada pelo País
1973 - Com a primeira crise do petróleo, a procura por novas fontes de energia, que havia parado na década de 60
1975 - O Brasil lança o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), maior programa comercial de uso de biomassa para fins energéticos no mundo
1977 - O professor Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará, descobre o biodiesel, a partir do óleo de algodão
1979 - Quase 80% da frota de veículos produzida no País tem motores a álcool
1980 - Expedito Parente registra a primeira patente mundial de biodiesel, hoje de domínio público
1983 - O governo federal lança o Programa de Óleos Vegetais, estabelecendo a utilização de biodiesel e misturas combustíveis em veículos
1983 - A empresa cearense Proeg desenvolve um querosene aeronáutico à base de óleo vegetal, homologado no Centro Técnico Aeroespacial (CTA)
2003 - O Brasil cria um grupo de trabalho interministerial para viabilizar o biodiesel como fonte alternativa de energia
2004 - O governo federal lança o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, com a promessa de inclusão social dos agricultores familiares
2005 - A ANP assume a atribuição de regular e fiscalizar as atividades relativas à produção, controle de qualidade, distribuição, revenda e comercialização do biodiesel
2008 - A Petrobras cria uma subsidiária para produção de biocombustíveis (PBio)
2008 - A Petrobras inaugura sua usina de produção de biodiesel, no distrito de Juatama, em Quixadá
2009 - Em janeiro, todo o óleo diesel comercializado no País passa a receber a adição de biodiesel, na proporção de 5%, denominada B5%
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Fonte: Portal Brasilagro

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