quinta-feira, 19 de maio de 2011

EFEITO "PALHIATIVO"

Além de contribuir para a diminuição da erosão, a manutenção da palha da cana-de-açúcar na superfície de plantações que adotam o sistema de colheita mecanizada – a chamada cana crua ou verde – contribui significativamente para a redução das emissões de carbono do solo para a atmosfera na forma de gás carbônico.
A descoberta, feita por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal, foi apresentada no Workshop do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Por meio do projeto de pesquisa “Impact of management practices on soil CO2 emission in sugarcane production areas, southern Brazil”, apoiado pela FAPESP, os pesquisadores da Unesp realizaram entre 2008 e 2010 quatro estudos de campo em lavouras de cana-de-açúcar, após a colheita mecanizada e por queimada na região de Jaboticabal, para entender melhor o balanço de emissões de gases de efeito estufa em áreas de plantação canavieira.
Os estudos de campo e os testes em laboratório com amostras de solo demonstraram que os valores médios de emissão de carbono do solo de áreas cuja colheita da cana foi realizada pelo sistema mecanizado foram significativamente menores do que aqueles onde a cultura foi colhida pelo sistema de queima, em que se elimina a palha.
Em um experimento realizado ao longo de 50 dias em uma plantação que foi dividida em três áreas – sendo uma coberta por 50% de palha, a segunda por 100% do resíduo e a terceira sem palha –, os pesquisadores observaram que as áreas cobertas por palha emitiram 400 quilos a menos de carbono (correspondente a quase 1,5 mil quilos de gás carbônico) do que as áreas onde a palha foi retirada.|
“A retirada da palha da superfície de plantações de cana-de-açúcar causa emissões adicionais de carbono bastante significativas. Em um agrossistema que emite, no total, 3 mil quilos de dióxido de carbono, o aumento de mais 1,5 mil quilos do gás pela simples retirada da palha representa muito, e o solo seria a maior fonte de emissão”, disse o professor da Unesp e coordenador do projeto, Newton la Scala Júnior.

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Fonte: Portal FAPESP - Elton Alisson

 

 

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