domingo, 27 de fevereiro de 2011

RENUKA TENTA ALIAR O MELHOR DE ÍNDIA E BRASIL

Companhia amplia projeto indiano de cogeração, enquanto sistema brasileiro para etanol ganha reforço.

Narendra Murkumbi, o primeiro indiano a investir no setor de açúcar e álcool no Brasil, começou a fazer aulas de português. Uma vez por semana, ele dá uma pausa em reuniões e em seus afazeres no escritório da Shree Renuka Sugars, em Mumbai.
O interesse por aprender a nova língua é óbvio. O Brasil se tornou a maior plataforma de produção de açúcar bruto da Shree Renuka, em menos de dois anos. Das cerca de 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar que a empresa processa entre Brasil e Índia, 13,6 milhões estão em terras brasileiras - número que vai atingir 15 milhões em um ano.
Com 40 anos, Murkumbi é um dos homens mais influentes do setor canavieiro indiano e, no Brasil, sua empresa também figura entre as principais do país. Na Índia, está na lista dos novos bilionários, segundo a revista Businessworld. Mas apesar da posição, Murkumbi é um homem de poucas cerimônias. "Sou um bilionário, mas em rúpias", brinca o executivo sobre a desvalorizada moeda local - US$ 1 equivale a 45 rúpias. Em seu escritório, decorado com simplicidade, ele conta que se surpreendeu com os primeiros resultados do negócio de açúcar, álcool e energia no Brasil.

Este será o primeiro exercício de 12 meses das duas usinas paranaenses do Vale do Ivaí, as primeiras adquiridas pelo Renuka. E o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) já atingiu 25%, mesmo com uma moagem reduzida. A capacidade no Paraná, conta ele, é de 3,1 milhões de toneladas, mas foram processadas apenas 1,5 milhão de toneladas por causa da seca que atingiu os canaviais da região Centro-Sul do Brasil no ano passado.
Ele pondera que não é possível comparar diretamente o desempenho brasileiro com o das unidades indianas, que devem registrar Ebtida da ordem de 15% a 20%. "São bem menos intensivas de capital, pois não têm plantio de cana - o governo não permite às indústrias cultivarem a matéria-prima".
Há dois anos Shree Renuka começou a fazer parcerias com usinas que têm bagaço disponível, mas não dispõem de capital para investir em uma unidade de cogeração. A empresa entra com o maquinário - por meio de sua empresa de equipamentos industriais KBK Chem-Engineering - e a unidade parceira, com o bagaço. Da energia total produzida, a usina fica com o volume necessário para sua autossuficiência e o excedente, com a Shree Renuka.
Nesses dois anos a empresa já conseguiu arrebanhar usinas que geram excedente de 54 Megawatts (MW). O número representa em torno de metade do total de energia excedente que a companhia produz na Índia - 111 MW. No Brasil, são mais 139 MW nas quatro usinas. "Estamos em negociação com outros grupos indianos que juntos podem adicionar a essa energia excedente mais 200 MW a 300 MW", afirma o executivo.
Murkumbi também mobilizou usinas da Índia para propor ao governo a criação de um conselho para definir preços da cana nos moldes do "Consecana" no Brasil. O objetivo é remunerar o fornecedor de cana de acordo com os preços de açúcar e do álcool.
Os bons exemplos também fazem o caminho inverso. Do ponto de vista industrial, as usinas da Índia são bem avançadas, com elevada automação. Em alguns casos, a Índia se destaca. É o caso da tecnologia usada na concentração de vinhaça, que no Brasil é um resíduo do processo industrial (que pode ser poluente se jogado em rios), mas que na Índia, é usado para produzir etanol, a partir da mistura com o melaço.
Com o uso de um fermento especial, os indianos produzem para cada 1 litro de etanol apenas três litros de vinhaça, ante os cerca de 12 litros fabricados no Brasil. O desenvolvimento dessa tecnologia se fez necessária no país asiático porque lá, diferentemente do Brasil, a vinhaça não pode ser usada para irrigar as áreas de cana, pois as usinas não detêm áreas cultivadas.
Algumas empresas indianas de equipamentos para usinas começam a olhar com mais interesse o mercado brasileiro, que hoje tem na Dedini Indústria de Base, sua maior companhia. A KBK Chem, subsidiária da Shree Renuka, está dando suporte no projeto de desidratação de etanol na unidade da Vale do Ivaí, no Paraná. "A KBK está olhando alguns projetos de desidratação de álcool no Brasil. No entanto, atualmente não há planos para a instalar uma unidade no Brasil", afirma Murkumbi.
Fonte: Portal Brasil@Agro / Valor

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

SHELL E COSAN CONFIRMAM PARCERIA E NOVA EMPRESA DE US$ 20 BI

Royal Dutch Shell e Cosan confirmaram nesta segunda-feira a joint venture para produzir e distribuir etanol. Fruto da associação, a Raízen nasce com um valor de ativos de US$ 20 bilhões, faturamento de US$ 50 bilhões e cerca de 40 mil funcionários. A marca Shell será mantida e a Esso, comprada pela Cosan em 2008, deve desaparecer dos postos de combustíveis no Brasil em até 36 meses e passar a adotar também o nome Shell.
A Raízen será uma das cinco maiores do País em faturamento, de acordo com as empresas. A nova organização será responsável por uma produção de mais de 2,2 bilhões de l de etanol por ano para atendimento ao mercado interno e externo. A tentativa será de transformar o etanol em uma commodity global. As atuais 23 usinas da Cosan produzem 4 milhões de t de açúcar e tem 900 MW de capacidade instalada de produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana.
"Queremos consolidar o etanol de cana de açúcar como commodity internacional", disse o diretor presidente da nova empresa, Vasco Dias. "Queremos ser reconhecidos pela excelência no desenvolvimento e produção de energia sustentável", completou.
De acordo com Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do conselho de administração da nova empresa, a fusão nasce da reunião de forças para tornar a marca uma referencia mundial em energia. "Formamos uma organização com números significativos e já iniciamos uma produção de liderança em energia sustentável", afirmou Ometto. "Nossa intenção é aumentar significativamente a exportação de etanol e cana de açúcar. Nossa é meta é dobrar a produção de etanol".
As empresas haviam assinado em agosto de 2010 um acordo para unir as operações no ramo do combustível renovável. "Tenho certeza que essa associação vai ser melhor e maior do que todos esperam", disse Vasco Dias. "Estamos criando mais um líder global".
Conforme o memorando assinado no ano passado, a joint venture inclui a transferência de todas as usinas de açúcar e etanol da maior produtora de açúcar e álcool do Brasil, incluindo cogeração de energia a partir do bagaço da cana e ativos de distribuição e comercialização de combustíveis. As dívidas da Cosan serão incorporadas à nova empresa que nasce com uma dívida de aproximadamente US$ 2 milhões. A Cosan continuará existindo no segmento da cana de açúcar.
O nome da nova empresa, segundo Dias, é a união das palavras raiz e energia. A ideia é reforçar, através da marca, a identidade brasileira. Raízen é a união de "duas forças", a raíz, que extrai nutrientes necessários para o crescimento da planta, e a energia, necessária para todo movimento.
Fonte: Portal MidiaNews

sábado, 12 de fevereiro de 2011

BRASIL PERDE PARTICIPAÇÃO EM MERCADO DE ETANOL PARA EUA

O aumento da demanda mundial, um dólar fraco e uma produção interna recorde estão dando aos produtores de etanol dos Estados Unidos uma vantagem cada vez maior sobre os brasileiros nos mercados para exportação do álcool combustível.
Enquanto os produtores americanos buscam compradores no exterior, o apetite doméstico cada vez maior do Brasil mantém mais álcool dentro do país. O desequilíbrio ajudou o etanol americano, feito a partir do milho, a conquistar uma fatia crescente do mercado mundial, o que tem ajudado nos lucros de empresas como a Archer Daniels Midland Co., a ADM.
"Tudo que era exportado do Brasil está agora sendo despachado dos EUA", diz Marc Van Driessche, gerente de negociação da trading de biocombustíveis Greendiesel Trading.
As exportações americanas de etanol triplicaram no ano passado, para 13,2 milhões de hectolitros, em comparação com 4,3 milhões em 2009. Os principais destinos foram Canadá, nordeste da Europa e Brasil, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis dos EUA.
O Brasil ainda está à frente dos EUA em exportações de etanol, mas a liderança encolheu. As exportações brasileiras somaram 19 milhões de hectolitros no ano passado, uma queda de 61% em relação a 2009, segundo a associação americana.
As trajetórias diferentes de Brasil e EUA são atribuíveis em grande parte à fraqueza do dólar diante do real, que dá uma vantagem competitiva aos exportadores americanos. O dólar caiu 39% em relação ao real desde o início de 2009. Outro fator é a alta nos preços do açúcar, que faz com que os usineiros desviem parte da cana-de-açúcar que seria usada no álcool.

Também há mudanças nos mercados domésticos de álcool combustível dos EUA e do Brasil.
Nos EUA, os produtores de etanol estão tendo dificuldades para aumentar as vendas internas ao mesmo tempo em que a produção cresce. A indústria alcooleira americana lutou muito para aumentar a quantidade de etanol misturada à gasolina. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA permitiu em janeiro que os veículos montados a partir de 2001 usassem uma mistura de 15% de etanol. Antes, a mistura permitida era de 10%. Mas, como as montadoras ameaçam anular as garantias dos motores e as refinarias se negam a vender a mistura com mais álcool, os produtores de etanol buscam vender no exterior a oferta crescente de que dispõem.
Enquanto isso, a economia em crescimento do Brasil produz demanda por carros, e a porcentagem de álcool na gasolina é maior do que nos EUA. A produção brasileira de automóveis bateu recorde em 2010 e este ano, em janeiro, as vendas chegaram a quase 245.000 veículos, um aumento de quase 15% sobre o mesmo período de um ano atrás, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea.
A crescente demanda brasileira por etanol superou a sua própria oferta, reduzindo as exportações do biocombustível e até exigindo importações dos EUA, diz Adhemar Altieri, diretor de comunicação da Unica, a União da Indústria de Cana-de-açúcar.
As exportações de etanol puro dos EUA não têm direito a um crédito fiscal de US$ 0,45 por galão (US$ 0,12 por litro) oferecido pelo governo americano. Mas a produção apoiada pelo crédito tributário está cada vez mais sendo enviada à Europa na forma da mistura de 90% etanol e 10% gasolina. Essa mistura, chamada E90, permite aos traders usar a mínima quantidade de gasolina, receber o crédito e vender o combustível à Europa com desconto. Pessoas do setor nos EUA e na Europa descrevem a E90 como produto para um mercado de nicho, que cresceu recentemente para 189.000 hectolitros em exportações por mês.
A exportação mina o argumento popular de que o álcool aumenta a independência energética dos EUA, reconhece Jeff Lautt, diretor de operações corporativas da Poet, a empresa americana que é a maior produtora de etanol do mundo. Ele diz que preferiria que o mercado americano permitisse maior uso doméstico, em vez da crescente demanda por exportação.
"Não faz sentido estar exportando", diz. "É realmente motivado pelo fato de que temos essas restrições do mercado."   Lautt prevê que as vantagens que os EUA têm sobre o Brasil continuem "pelo futuro próximo".
Mas Richard Lobb, porta-voz do Conselho Nacional do Frango dos EUA, uma das muitas associações de produtores de carnes que se opõem ao etanol porque aumenta os custos da alimentação animal, diz que o verdadeiro motivo por trás das exportações é que muitos produtores entraram no mercado em busca de "dinheiro fácil". "A razão pela qual o etanol está disponível para exportação é que a indústria tem excesso de capacidade", diz.
Fonte: Portal Jornal da Cana

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

INCÊNDIO ATINGE REFINARIA DE ENTERPRISE NOS EUA

HOUSTON, EUA - Uma usina petroquímica operada pela Enterprise Products Partner na cidade de Mount Belvieu - a aproximadamente 50 quilômetros de Houston (EUA) - foi atingida por um incêndio por volta das 15h15 (de Brasília) desta terça-feira, de acordo com Rick Rainey, porta-voz da companhia. Ele acrescentou que uma pessoa está desaparecida. A usina produz substâncias utilizadas na produção de plásticos e pneus, além de isooctano, um aditivo de combustível.
Rainey disse que o fogo começou em um terminal de armazenagem de gás liquefeito, mas ressaltou que os principais equipamentos da usina não foram atingidos e que "as operações ligadas às entregas de gás natural por meio de dutos foram suspensas". A Enterprise, que registrava queda de 2,85% em suas ações por volta das 18h50 (de Brasília), detém participação em aproximadamente 31 mil quilômetros de dutos de gás natural e opera unidades petroquímicas e de processamento de gás.
Em setembro do ano passado, reguladores do Texas descobriram que a companhia violou regras de segurança num incidente que resultou na morte de uma pessoa em junho. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agencia Estado - GUSTAVO NICOLETTA

 

NO ESTADO DE SÃO PAULO 63% DA CANA-DE-AÇÚCAR É COLHIDA SEM A QUEIMA DA PALHA

A área de cana-de-açúcar colhida crua, ou seja, com o uso de máquinas e sem a necessidade da queima da palha, atingiu 63% da extensão total do cultivo no Estado de São Paulo na safra 2010/2011, segundo dados preliminares do governo e do setor.
"É um número muito próximo a isso e é um excelente resultado", disse Ricardo Viegas, gerente do projeto Etanol Verde, da Secretaria do Meio Ambiente.
Os números finais devem ser divulgados em março. No ciclo anterior (2009/2010), 55,8% da cana foi colhida crua.
O protocolo assinado entre usinas, produtores e o governo paulista em 2006 prevê que toda a cana seja colhida crua até 2014 em áreas mecanizáveis e até 2017 em lavouras onde não é possível a colheita com máquinas. A queima da palha é um dos grandes fatores de poluição do ar no interior do Estado
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Fonte: Portal O Estado de S.Paulo / Planeta

 

domingo, 6 de fevereiro de 2011

COSAN BATE NOVO RECORDE EM AÇÚCAR

A elevada concentração de açúcar na cana potencializou a produção sucroalcooleira da Cosan, a maior companhia do segmento do país. A empresa encerrou a safra 2010/11 com moagem de 54,5 milhões de toneladas de cana e com um volume recorde de produção de açúcar - 4 milhões de toneladas, acima das 3,5 milhões da temporada anterior. Mesmo privilegiando o açúcar no mix de processamento, a empresa também avançou em etanol, cuja produção chegou a 2,2 bilhões de litros, contra 1,8 bilhão no ciclo 2009/10. Pedro Mizutani, presidente da Cosan Açúcar e Álcool (CAA), explica que foi possível produzir mais açúcar em 2010/11 porque o teor de açúcar contido na cana - ATR, ou Açúcar Total Recuperável - foi bem elevado, de 144 quilos por hectare.

Na temporada anterior, essa quantidade foi bem menor (129,8 quilos por hectare), devido ao excesso de chuvas em 2009.

Também estimularam uma safra fortemente açucareira os investimentos realizados em 2009 na ampliação da capacidade das fábricas de açúcar do grupo. Naquela época, foram aplicados cerca de US$ 80 milhões para elevar o potencial de produção.

Em moagem de cana, o volume processado em 2010/11 foi 9% maior do que as 50 milhões de toneladas registradas no ciclo 2009/10. No entanto, assim como ocorreu em todo a região Centro-Sul do país, a seca prolongada do segundo semestre de 2010 prejudicou o crescimento da cana. Assim, apesar do avanço em moagem, ela ficou abaixo das 60 milhões de toneladas estimadas inicialmente.

A capacidade total de processamento de cana da Cosan é de 62 milhões de toneladas, distribuídas em 23 usinas - uma em Mato Grosso do Sul, outra em Goiás e todas as demais no Estado de São Paulo.

Mas, com a compensação vinda do ATR, a Cosan conseguiu crescer em volumes produzidos, vendidos e, como todo o segmento, também em preços de comercialização.

Segundo resultados preliminares divulgados na sexta-feira pela companhia, nos nove primeiros meses da safra 2010/11 - de abril a dezembro de 2010 - a receita total da divisão Açúcar e Álcool atingiu R$ 4,7 bilhões, 34,2% mais que os R$ 3,5 bilhões de igual período da temporada 2009/10. E foi o açúcar que puxou para cima o desempenho. A receita líquida com a commodity na comparação entre os intervalos de nove meses subiu 33%, de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,8 bilhões, dos quais R$ 931,9 milhões foram registrados no terceiro trimestre (outubro a dezembro de 2010).

O volume vendido do adoçante nos três trimestres da temporada cresceu 13%, para 3,3 milhões de toneladas, e o preço médio subiu 18%, para R$ 856 por tonelada. No mercado externo, o preço médio foi de R$ 772,80 por tonelada, abaixo da média de R$ 1.065 do mercado interno.

No total, a Cosan S.A., que também incorpora a Rumo Logística e a Cosan Combustíveis e Lubrificantes (CCL), teve receita líquida de R$ 13,4 bilhões nos nove meses até 31 de dezembro, 22,9% mais do que em igual período de 2009. Desse valor, R$ 4,7 bilhões foram registrados no terceiro trimestre.

A CCL respondeu pela maior parte da receita líquida total. Nos três trimestres, foram R$ 8,8 bilhões, 17% acima do registrado em igual intervalo de 2009. No terceiro trimestre encerrado em 31 de dezembro passado, a receita líquida dessa área foi de R$ 3 bilhões, 11,5% maior do que há um ano.

Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

NOVAS FONTES DE ETANOL ESTÃO SENDO AVALIADAS POR PESQUISADORES

O Brasil poderá contar, em alguns anos, com novas fontes para produção de etanol, que tem como matéria-prima, basicamente, a cana-de-açúcar. A Embrapa Cerrados - unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, localizada em Planaltina (Distrito Federal) - coordena, desde o ano passado, pesquisas para avaliar fontes de biomassa que podem ser usadas para produzir o chamado etanol de segunda geração. O objetivo é dominar novas tecnologias para a produção do bioetanol e tornar o País referência mundial no assunto.
As pesquisas da Embrapa Cerrados avaliam o uso de gramíneas forrageiras (usadas na alimentação animal), sorgo, bagaço e a palhada da cana. Também há estudos com espécies de árvores (pinus, eucalipto) e duas espécies da Amazônia: tachi-branco e paricá, como fontes alternativas de biomassa para produção de etanol.
O etanol produzido da cana-de-açúcar é obtido pela fermentação de açúcares presentes no caldo, obtido pela moagem da planta. Como resultado dessas pesquisas, a perspectiva é que açúcares complexos, como a celulose e hemicelulose existentes na composição das plantas, possam também ser convertidos no etanol de segunda geração.
O processo de produção do etanol de segunda geração é composto por duas etapas. Na primeira delas, as longas cadeias de celulose e hemicelulose são quebradas - por hidrólise enzimática ou química - para chegar a açúcares com cinco ou seis moléculas de carbono. Em uma segunda etapa, os açúcares reduzidos obtidos no processo de hidrólise são fermentados, assim como ocorre com a sacarose da cana-de-açúcar. Esse é o procedimento que os cientistas devem percorrer até chegar ao etanol. No entanto, a prática ainda é um desafio.  "O mundo inteiro está trabalhando para definir quais as fontes e os processos a serem usados", comenta o pesquisador da Embrapa Cerrados Marcelo Ayres .    Para ele, em relação a outras nações que estão na corrida para desenvolver a tecnologia do etanol de segunda geração, o Brasil tem a vantagem de estar em uma área tropical, o que favorece o desenvolvimento de biomassa.
“O Brasil precisa ampliar investimentos na agricultura de precisão para melhorar ainda mais o que já vem fazendo bem: o plantio de cana-de-açúcar voltado à produção de etanol, completa Ayres.

A História

1905 - Começam os testes com álcool combustível no Brasil
1931-  O governo brasileiro estabelece um decreto que obriga a mistura de 5% de álcool na gasolina importada pelo País
1973 - Com a primeira crise do petróleo, a procura por novas fontes de energia, que havia parado na década de 60
1975 - O Brasil lança o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), maior programa comercial de uso de biomassa para fins energéticos no mundo
1977 - O professor Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará, descobre o biodiesel, a partir do óleo de algodão
1979 - Quase 80% da frota de veículos produzida no País tem motores a álcool
1980 - Expedito Parente registra a primeira patente mundial de biodiesel, hoje de domínio público
1983 - O governo federal lança o Programa de Óleos Vegetais, estabelecendo a utilização de biodiesel e misturas combustíveis em veículos
1983 - A empresa cearense Proeg desenvolve um querosene aeronáutico à base de óleo vegetal, homologado no Centro Técnico Aeroespacial (CTA)
2003 - O Brasil cria um grupo de trabalho interministerial para viabilizar o biodiesel como fonte alternativa de energia
2004 - O governo federal lança o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, com a promessa de inclusão social dos agricultores familiares
2005 - A ANP assume a atribuição de regular e fiscalizar as atividades relativas à produção, controle de qualidade, distribuição, revenda e comercialização do biodiesel
2008 - A Petrobras cria uma subsidiária para produção de biocombustíveis (PBio)
2008 - A Petrobras inaugura sua usina de produção de biodiesel, no distrito de Juatama, em Quixadá
2009 - Em janeiro, todo o óleo diesel comercializado no País passa a receber a adição de biodiesel, na proporção de 5%, denominada B5%
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Fonte: Portal Brasilagro