sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AMBIENTALISTAS QUESTIONAM AUMENTO DE MISTURA DE ETANOL NA GASOLINA DA ALEMANHA

Berlim planeja dobrar para 10% a taxa de etanol a partir de 2011. Ambientalistas criticam: uso de terras na produção de biocombustíveis resulta em muito mais CO2 do que o economizado no tráfego de veículos.
A partir de janeiro de 2011 será comercializada na Alemanha gasolina com até 10% de bioetanol, no interesse do clima global. O novo tipo de combustível se chamará E10, sendo oferecido paralelamente aos já existentes.
Ao divulgar a decisão em Berlim nesta quarta-feira (27/10), o ministro do Meio Ambiente, Norbert Röttgen, declarou: "Com o aumento do biocombustível de origem vegetal queremos reduzir a emissão de CO2 pelos automóveis e assim também preservar as reservas de petróleo, cada vez mais escassas".
Atualmente, a taxa máxima permitida de etanol na gasolina é de 5%, e o combustível E5 ainda será fornecido na Alemanha até 2013. A introdução do E10 no mercado responde a uma decisão da União Europeia, precisando ainda ser submetida à votação pelo Bundesrat (câmara alta do Parlamento alemão), prevista para meados de dezembro. Porém a aprovação já é dada como certa.

Dúvidas ambientalistas
A confederação ambientalista Nabu (Naturschutzbund Deutschland) expressou reservas quanto à medida. "O balanço ecológico e climático do etanol extraído de plantas ricas em açúcar ou amido é altamente controverso", declarou a organização. As principais fontes do etanol são o milho e a cana-de-açúcar.

"A transformação de florestas, pastos ou terrenos baldios em terras aráveis pode resultar na liberação de muito mais dióxido de carbono do que será mais tarde economizado com os biocombustíveis. Por isso, o E10 é o combustível errado na hora errada."
A Comissão Europeia discute intensamente as consequências negativas do remanejamento de terras para a política de proteção ao clima. Existem grandes dúvidas sobre a capacidade do etanol e do biodiesel de reduzir as emissões de CO2 no tráfego, acrescentou o Nabu.

90% de compatibilidade
A meta de Berlim é que, até 2020, 10% de toda a energia consumida no tráfego provenha de plantas. Durante uma época, os biocombustíveis foram aclamados como elemento essencial para a proteção do clima global.

Em 2008, o então ministro alemão do Meio Ambiente Sigmar Gabriel se empenhou para que fosse adicionada uma maior percentagem de biocombustível à gasolina no país. Mas ele teve que suspender seus planos diante dos temores de que os veículos venham a sofrer danos com a alteração da gasolina.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, 90% dos automóveis movidos a gasolina atualmente em circulação aceitam sem qualquer problema a mistura de 10% de bioetanol. Ainda assim, o ministério recomenda que se confira com a montadora antes do primeiro abastecimento.
Na segunda semana de outubro, o governo norte-americano autorizou a elevação da proporção de bioetanol de 10% para 15%, assegurando que os veículos construídos a partir de 2007 estariam aptos à mudança. No entanto, diversos postos de abastecimento ainda se mostram reticentes quanto à medida.
Fonte: Portal DW World Brasil / Noticias Agrícolas

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

UNICA PLANEJA IR À OMC PARA GARANTIR VENDA DE EATNOL A EUA E EUROPA

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para garantir a exportação de etanol para os Estados Unidos e para os países da Europa.
O presidente da Unica, Marcos Jank, disse ontem (26) que regras para importação de biocombustíveis desses países podem diminuir o potencial de comercialização do etanol brasileiro em nações desenvolvidos.
Jank destacou que cálculos de sustentabilidade adotados nos EUA e em estudos na Europa responsabilizam indiretamente o setor sucroalcooleiro pelo desmatamento de biomas brasileiros. Baseados neles, europeus e norte-americanos poderiam criar barreiras ao etanol alegando que seu consumo é responsável por alto índice de emissões de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono.
Ele afirmou, entretanto, que 99% da produção de cana-de-açúcar do País é feita em áreas que já eram usadas para a agricultura ou pecuária: "Por isso, é injusta a afirmação de que o etanol tem efeito indireto sobre o desmatamento ou de que ele tem um alto índice de emissão de gases de efeito estufa".
Dados da Unica mostram que a queima do etanol de cana-de-açúcar emite 90% menos gases do que a da gasolina.
"A gente tem que se defender", afirmou Jank, depois de participar de um seminário sobre a agricultura e carbono. "Esperamos que as regras [para exportação] sejam compatíveis. Se não forem, nós vamos entrar na OMC."


Biodiesel
O aumento da mistura do biodiesel no diesel mineral depende de um novo marco regulatório para o setor, de acordo com o presidente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Odacir Klein.
Segundo ele, o marco regulatório prevê apenas a adição de até 5% no biodiesel, que estava previsto para 2013 mas foi adiantado para 2010 em função da grande oferta no País.
"A capacidade produtiva de biodiesel existente no Brasil hoje já é suficiente para implementarmos a mistura de 10% sem problemas", afirma Klein.  O executivo afirma que o mercado está estagnado, com capacidade de 5,1 bilhões de litros, mas demanda efetiva de apenas 2,4 bilhões de litros.
"Se não houver um novo marco regulatório que mostre um crescimento gradual da mistura no médio e longo prazo, dificilmente haverá novos investimentos no setor", afirmou. O setor trabalha com a possibilidade de uma mistura de 20% de biodiesel no diesel em 2010. 

PETROLÍFERAS AVANÇAM NO SETOR DE ETANOL

A consolidação do mercado de álcool combustível brasileiro por meio de parcerias entre empresas petrolíferas e sucroalcooleiras é uma tendência, afirmam especialistas consultados pela Folha.
Em 25/10, a Petrobras Distribuidora e a Petrobras Biocombustível, subsidiárias da Petrobras, anunciaram contrato com a Açúcar Guarani no valor de R$ 2,1 bilhões para fornecimento de até 2,2 bilhões de litros de etanol em quatro anos.
O contrato é parte da parceria estratégica firmada em abril entre a Tereos Internacional, da qual a Guarani é subsidiária, e a Petrobras Biocombustível.  À época, a Petrobras disse em comunicado que o objetivo da parceria era "acelerar seu crescimento na indústria brasileira de etanol, açúcar e bioenergia".
Em agosto, Shell e Cosan já haviam anunciado acordo vinculante para a formação de uma joint venture para a produção e a comercialização de etanol.


COMPETITIVIDADE
O movimento ocorre, para Plínio Nastari, presidente da consultoria de etanol e açúcar Datagro, porque o álcool de cana já é visto como competitivo ante o petróleo.   Além disso, ele destaca o valor baixo dos ativos de produção em relação aos do mercado de energia em geral, o que torna mais barata a entrada no setor.
Adriano Pires, consultor em energia e diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), ressalta ainda o que chama de "commoditização" do etanol, que se transformou em "um combustível que não é mais uma alternativa, e sim uma realidade. Não que vá virar o novo petróleo, ou que o Brasil vá virar a "Arábia Saudita verde", como o presidente Lula já afirmou. Mas o etanol vai ser importante para a mistura com a gasolina, para deixá-la mais limpa", completa ele.
Para Amarílis Romano, consultora em biocombustíveis da Tendências, as empresas estão buscando entrar no setor com o know-how de quem é grande no mercado.  "O mercado de energia é maior que só petróleo, e sempre cai bem uma participação em biocombustíveis."

DESNACIONALIZAÇÃO
Pires afirma que o combustível, historicamente "verde-amarelo", está sofrendo uma "desnacionalização" com a saída das famílias tradicionais do processo de solidificação e profissionalização das sucroalcooleiras.   "Talvez tirando a ETH [Bioenergia, da Odebrecht], e as usinas no grupo da Santa Terezinha, no Paraná, que são empresas genuinamente brasileiras, os grupos que estão consolidando o setor têm sempre a presença estrangeira", diz.
Análise divulgada no início deste ano pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e pelo Ministério de Minas e Energia aponta que a participação estrangeira na capacidade de moagem de cana passou de inexpressiva, na safra 2005/ 2006, para 40% na safra 2010/ 2011.
Fonte: Portal TN Petróleo
Leia mais:
“GOVERNO QUER PETROBRAS PARA BARRAR “INVASÃO ESTRANGEIRA” NO ETANOL”, CLIQUE AQUI

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ALCOOLDUTO UNE PETROBRAS, COSAN E COPERSUCAR

Logística: Empresas estruturam acordo de participação de até 20% para cada uma, e aporte total de US$ 2 bilhões

O principal projeto do alcoolduto criado para escoar o etanol do Centro-Oeste do país até São Paulo, enfim, deverá sair do papel. Grandes grupos sucroalcooleiros, como Cosan e Copersucar, vão se unir à Petrobras para colocar em prática o empreendimento, que terá investimentos superiores a US$ 2 bilhões, apurou o Valor.
Originalmente criado pela petrolífera brasileira, o alcoolduto foi desenhado para escoar a produção de etanol de Senador Canedo (GO) até Paulínia (SP). No meio do caminho, grandes grupos sucroalcooleiros também anunciaram projetos paralelos para transportar etanol por dutos.
O mais estruturado, o da Uniduto, companhia que reúne grandes usinas como Cosan e Copersucar, decidiu unir forças com a estatal para viabilizar o projeto, que mal saiu do papel desde que foi anunciado há cinco anos. Procuradas, as duas empresas não se pronunciaram.
Sem mencionar nomes, o gerente de logística da Petrobras, Eduardo Autran, que está à frente desse projeto, confirmou que a estatal está negociando com outros "players importantes" da indústria de álcool para constituir uma sociedade para desenvolver um sistema integrado de logística para etanol, que inclui dutovia, mas não se restringe a ela. Outros modais, segundo ele, integram a negociação, entre eles, a hidrovia e a ferrovia.
Autran informa que a Petrobras ficará com 20% da nova sociedade, cujas negociações devem ser concluídas até o fim deste ano, conforme prevê o executivo. Uma fonte familiarizada com a negociação afirmou que as outras empresas privadas integrantes não poderão ter fatia maior que a da estatal.
A saída da trading japonesa Mitsui do projeto, que participava do bloco da PMCC, em parceria com a Petrobras e a construtora Camargo Corrêa, acelerou a união do setor privado e da estatal. "Parecia óbvio que os projetos de alcooldutos existentes fossem se convergir. Começamos a conversar e as negociações, ainda no início, já dão mostras da grande dimensão que esse empreendimento poderá tomar", afirmou outra fonte que também participa das conversações.
O percurso da Uniduto Logística, empresa criada em 2008 e que reúne 80 usinas associadas, ligadas a dez grandes grupos produtores de etanol, previa a construção de um corredor dutoviário de 612,4 quilômetros, interligando 46 municípios do Estado até o terminal portuário, com capacidade para escoar 16,6 bilhões de litros de álcool por ano. Entre os principais associados estão, além dos já citados, o grupo São Martinho, Santa Cruz, São João e a Bunge.
Segundo fontes próximas às negociações, os dois projetos se fundirão, mas o traçado original, de Goiás a Paulínia, deverá se manter. A partir de Paulínia, havia expectativa de que o combustível seria escoado até Ilha D'Água (RJ), em dutos adaptados de outros combustíveis da Petrobras. Agora, esse pedaço a partir de Paulínia será repensado.
Os dois projetos de dutovia para etanol, o da Uniduto e o da PMCC, já preveem a integração com modais hidroviário e ferroviário, modelo que deve ser estendido para a nova sociedade.
Anunciado em meados de 2004, o alcoolduto da Petrobras começou a ser desenhado para facilitar o escoamento do etanol até os portos, uma vez que as exportações estavam em ascensão. Com expectativa de embarques superiores a 5 bilhões de litros/ano, marca só alcançada em 2008, o projeto começou a perder espaço por conta do recuo das vendas externas.
No entanto, o crescimento do consumo no mercado interno (os projetos incluem distribuição no mercado doméstico) voltou a colocar o empreendimento em pauta, uma vez que várias usinas, estimuladas pelo boom de investimentos do setor, começaram a construir projetos "greenfields" (construção do zero) no país fora do Estado de São Paulo - principal polo produtor de cana no país.
Entre os maiores projetos "alcooleiros" está o da antiga Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco), que foi comprada pela ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht, no primeiro semestre deste ano. Somente desse polo "ex-Brenco" são quatro usinas alcooleiras que, quando concluídas, vão produzir mais de 1,2 bilhão de litros, nos estados do Centro-Oeste.
Além das usinas, a ETH também trouxe da Brenco um projeto de alcoolduto. Antes da fusão, a Centro-Sul Transportadora Dutoviária, já havia sido criada pela Brenco para implantar o duto entre Alto Taquari (MT) e o porto de Santos.
Os estudos de pré-engenharia mostravam que esse duto poderia se encontrar com o duto projetado pela PMCC na altura da Serra do Mar (SP). Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a ETH, neste momento, não participa das negociações com a Petrobras, embora tenha interesse na integração. Procurada, a ETH não se pronunciou
.
Veja mais sobre o ALCOOLDUTO
Fonte: Portais Corretora Truman / Valor Econômico/Mônica Scaramuzzo e Fabiana Batista

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

APESAR DA PRODUÇÃO RECORDE PREÇOS DO ETANOL DISPARAM

Valores tendem a aumentar até a próxima colheita, que começa em março.

A produção brasileira de cana-de-açúcar atingiu mais um recorde em 2009, ao subir 4% na comparação com 2008, para 671,3 milhões de toneladas. Mas se mostrou bastante inferior ao crescimento verificado na passagem de 2007 para 2008, quando subiu 17,4%, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (20) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A princípio, mesmo com o crescimento menor, a notícia é boa porque poderia ser indicativa de futura queda nos preços do etanol e do açúcar, beneficiando os consumidores. No entanto, ocorreu justamente o movimento contrário: os preços dispararam nas bombas nas últimas semanas e a tendência, até março, é que continuem subindo.
De acordo com Carlos Alfredo Guedes, analista da coordenação de Agropecuária do IBGE, o avanço da cana-de-açúcar foi menor em consequência da crise econômica internacional (que diminuiu o crédito para os produtores e evitou investimentos em novas usinas).
“Se não tivesse ocorrido a crise, a produção recorde de cana-de-açúcar no Brasil teria sido ainda maior”.
Além disso, segundo o IBGE, o excesso de chuvas no segundo semestre de 2009 diminuiu o ritmo de colheita, o que impediu o processamento de uma quantidade considerável de cana, que ficou no campo para a próxima safra. 
Ou seja, a falta da cana para produzir etanol, dada a constante procura pelo combustível, instantaneamente causou aumento nos preços, pela lei da oferta e da procura, já que a frota de carros flex (que utilizam gasolina e etanol) continua em crescimento e a quantidade de etanol disponível tende a diminuir. Assim, até março, quando a próxima safra começa a ser colhida, o brasileiro vai ter que colocar a mão no bolso.
De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), nas últimas quatro semanas, o preço médio do álcool no Brasil subiu 6,1%. No Estado de São Paulo - maior produtor de cana-de-açúcar -, a alta média foi de 10%. A cidade de Ribeirão Preto, maior produtora mundial de álcool, teve aumento de 26% nas bombas. 
“Outro fator que também está aumentando o preço do etanol no mercado interno é a quebra da colheita indiana. Há dois anos, o país asiático não consegue recuperar sua produção de cana para produzir açúcar. Com isso, ficou mais interessante para as usinas brasileiras produzirem açúcar. A perda da colheita indiana elevou os preços do produto no mercado externo e tornou mais vantajoso para os produtores em todos os países (em especial o Brasil) a destinar cana-de-açúcar para açúcar e não etanol, o que diminuiu ainda mais a quantidade de combustível disponível para consumo da população.”, explica Guedes.
A procura internacional pelo açúcar brasileiro é tão elevada que está ocasionando filas de navios no Porto de Santos.
Numa análise parcial da safra 2010/11, o preço do açúcar no mercado internacional (Bolsa de Londres) continua pagando mais que o doméstico (levando São Paulo como base). Em média, o preço é 7% maior, segundo análise do Cepea (Centro de Pesquisas Econômicas da Escola Superior de Agricultura).

Preços do álcool na última semana
Os preços médios do etanol hidratado nos postos subiram em 20 Estados na semana encerrada no último sábado (16), de acordo com dados coletados pela ANP. 
O preço mínimo encontrado para o álcool foi de R$ 1,238 por litro, em São Paulo, e o máximo foi de R$ 2,79 por litro no Acre. Na média de preços, o menor valor médio foi de São Paulo, de R$ 1,572 por litro, e o maior também foi registrado no Acre, de R$ 2,372 por litro.
Em Minas Gerais, segundo maior produtor, saltou 2,06% na semana, de R$ 1,746 para R$ 1,782 e, na Bahia, os valores dispararam 22,4%, subindo 3,46% na média semanal. No Paraná, terceiro maior produtor, o valor médio subiu 4,28%, de R$ 1,563 para R$ 1,630, se comparados os mesmos períodos.
Os preços ficaram mais baratos em apenas quatro Estados - Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe - e ficaram praticamente estáveis no Distrito Federal, Rondônia e Tocantins. Em Sergipe ocorreu a maior baixa, de 0,98%.

Competitividade etanol x gasolina
Mesmo com as altas, na média de preços, ainda é mais vantajoso abastecer com etanol em dez Estados, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Segundo a ANP, na média, o etanol ficou em R$ 1,704 na semana passada, ante R$ 1,647 na semana anterior.
Em relação ao valor da gasolina (de R$ 2,567 por litro), o etanol está em 66,38% da média do combustível, ou seja, falta pouco para alcançar os 70%, valor que aponta o equilíbrio com a gasolina, tornando ainda o etanol mais competitivo.
Fonte: Portal R7 - Sérgio Vieira

SETOR DE CANA QUER "POLÍTICA PÚBLICA" PARA HAVER SALTO NA PRODUÇÃO

O setor de açúcar e etanol brasileiro, frequentemente considerado um dos mais eficientes no mundo, avalia que um salto na produção só virá no momento em que o governo definir claramente políticas públicas que incentivem investimentos, especialmente estrangeiros, afirmaram dirigentes de entidades que representam as regiões produtoras do País.
Questões ambientais, insegurança jurídica para investimentos em terras e problemas tributários foram citados em uma conferência em São Paulo como os grandes gargalos para o crescimento do setor.
"Para passar de uma produção de 600 (milhões de toneladas de cana) para 800@ 1 bilhão, acho que precisa de muito dinheiro, e é preciso de política pública pra isso. Neste momento, o sinal não é claro para que os produtores invistam," declarou o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, que representa as usinas do centro-sul, região que responde por cerca de 90% da produção nacional.
Ele se referia a problemas tributários, como a diferença de impostos entre Estados, que acabam limitando a competitividade do etanol, dependendo da região, além da incidência de outros tributos que não deveriam ser barreira para a produção de um combustível renovável.
Jank também se queixou da fixação do preço da gasolina, que pouco oscila por determinação do governo federal, reduzindo as margens de ganhos das empresas com o etanol.
"A margem de lucro continua apertada porque o concorrente do etanol tem preço controlado," afirmou ele durante palestra em seminário internacional da Datagro, lembrando que a cotação é fixada pela Petrobras.
Atualmente, é mais vantajoso produzir açúcar, com preços relativamente elevados no mercado internacional, do que o biocombustível.
O presidente da Unica falou também sobre o que qualificou como "insegurança jurídica com as terras."
"No momento em que pode ter um crescimento, vem nova restrição ao capital externo," declarou. "Todas as indicações apontam para uma perspectiva de crescimento, o que não faltam são horizontes, mas para que os investimentos ocorram, tem que ter políticas públicas que garantam os investimentos."
O presidente da Orplana, organização dos plantadores de cana, que conta com associados em vários Estados do centro-sul, Ismael Perina, concordou com o presidente da associação da indústria e lembrou também das limitações impostas por uma legislação ambiental antiquada e dúbia.

"A celeuma com relação ao ambiente prejudica excessivamente os produtores, porque não há regras claras. Não consegue saber se está certo ou errado, com uma legislação ultrapassada. Talvez este seja o grande gargalo para os produtores independentes," disse Perina durante sua fala no seminário.
Um novo código ambiental é discutido há anos no Congresso, e os debates que se intensificaram no Parlamento antes das eleições perderam força com o processo eleitoral.
Fonte: Portal Reuters News

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PÓS-DOUTORADO EM PESQUISA SOBRE ETANOL COM BOLSA DA FAPESP

(foto: Un.Purdue)
O Projeto Temático "Um Processo Integrado para Produção Total de Bioetanol e Emissão Zero de CO2", apoiado pela FAPESP, tem vaga de Bolsa de Pós-Doutorado em simulação do processo conceitual visando a integrar as rotas de primeira, segunda e terceira gerações para produção de bioetanol, fazendo uso do simulador Aspen Plus e de programação em Fortran. O projeto integra o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).
O Projeto Temático visa a um processo de produção totalmente integrado de bioetanol, a fim de melhorar a produtividade da produção de etanol já existente (fermentação de melaço de cana-de-açúcar, chamada primeira geração de bioetanol), bem como propor estudos para melhorar a produção de etanol de segunda geração (a partir de biomassa) e a viabilidade da terceira geração de bioetanol, produzido a partir da biomassa de algas ou da fermentação biológica ou catalítica de gás de síntese.
A terceira geração de bioetanol tem maior interesse no consumo de dióxido de carbono produzido nos processos de produção de bioetanol de primeira e segunda geração, causando grande impacto de emissão quase zero de CO2 no processo integrado.
Segundo os responsáveis pelo projeto, esse processo integrado desafiador tem o grande apelo de não emitir CO2 e aproveitar ao máximo os compostos de carbono para a produção de etanol, tornando-o, quando viável técnica e economicamente, um marco na alavancagem da competitividade do bioetanol brasileiro.

 
Competências desejadas para o bolsista de pós-doutorado:

  • Título de doutor em engenharia química, com titulação adquirida nos últimos cinco anos;
  • Experiência em processos fermentativos/reativos, simulação, otimização e controle de processos biotecnológicos, simulador Aspen Plus e programação em Fortran.
  • Ser altamente motivado, capaz de trabalhar de forma independente e supervisionar/co-orientar outros alunos.
  • Ter publicações em revistas e conferências nos temas relacionados ao projeto de pós-doutorado (simulação, otimização, controle, processos fermentativos/reativos e bioetanol).
    Os interessados devem enviar os seguintes documentos (formato PDF), até dia 30 de outubro de 2010, para o professor Rubens Maciel Filho (maciel@feq.unicamp.br), coordenador do Projeto Temático e membro da coordenação do BIOEN:

    • Carta de apresentação justificando razão de interesse pela bolsa de pós-doutorado;
    • Curriculum Vitae atualizado;
    • Duas cartas de recomendação.
      A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP, no valor de R$ 5.028,90 mensais.
      Outras vagas de Bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.oportunidades.fapesp.br.

      Fonte: Portal FAPESP

      segunda-feira, 18 de outubro de 2010

      CREDORES DA USINA ALBERTINA PRORROGAM PRAZO PARA LEILÃO DE ATIVOS

      Credores da Companhia Albertina aprovaram em assembleia geral a prorrogação do prazo para o leilão de ativos da usina de açúcar e álcool de Sertãozinho (SP). Pelo plano de recuperação judicial aprovado em maio de 2009, a companhia poderia, após um ano em meio, leiloar parte ou a totalidade dos ativos para o pagamento de credores. O prazo venceria em novembro e foi postergado para 15 de abril de 2011.
      Segundo o gestor interino da Companhia Albertina, Marcelo Milliet, além dos bons resultados obtidos pela empresa desde a aprovação do plano, a prorrogação do prazo do leilão possibilita novos investimentos na usina para que ela possa ser vendida sem que haja a necessidade de leilão. O executivo avalia que a usina, cujo processamento chega a 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra, possa atingir um valor de mercado de até US$ 150 milhões.
      “A empresa está sendo preparada para venda, com a publicação de balanços, a renegociação de outras dívidas e, por isso acredito que não teremos leilão, ou mesmo uma nova assembleia para aprovar uma nova prorrogação” disse Milliet, otimista com a possibilidade de venda da usina. Ainda de acordo com ele, para que a usina seja negociada é preciso apenas o aval de três credores preferenciais: os fundos Multigrain e Callao/Crescera e o banco HSH. Esses credores, além de aprovarem o plano de recuperação judicial, reinvestiram na usina e liberaram garantias que tinham na produção e nas safras de cana.
      Dos R$ 235 milhões da dívida sujeita à recuperação judicial, a Albertina pagou em torno de R$ 90 milhões e saldou a dívida da maioria dos credores.
      “Tínhamos mais de 700 credores e hoje temos 120”. Até o final de novembro, a usina encerrará a safra com o processamento de 1,4 milhão de toneladas de cana, bem próxima à capacidade total de 1,5 milhão. A safra 2011/2012 começa entre março e abril de 2011.
      Para ter um fluxo de caixa capaz de cumprir as obrigações, a Albertina transforma 80% da cana em açúcar e comercializa grande parte no mercado interno. A produção de etanol consome os 20% restantes. Com os preços elevados nas últimas duas safras, a empresa conseguiu sair do prejuízo de R$ 266,2 milhões em 2008 para lucro líquido de R$ 109,08 milhões em 2009.  No entanto, a maior parte desse lucro líquido, quase R$ 100 milhões, veio do abatimento da dívida fiscal que a Albertina obteve ao aderir ao Refis. Com isso, o valor da dívida com o governou caiu de R$ 160 milhões para menos de R$ 60 milhões.  Por fim, renegociamos ainda a dívida de credores que não estavam no plano de recuperação judicial” – concluiu Milliet.

      Fonte: Portal Agência Estado - Gustavo Porto

      sexta-feira, 15 de outubro de 2010

      A SOLUÇÃO É O ETANOL, DIZ EXECUTIVO DA PETROBRAS

      Produto brasileiro avança no mercado japonês



      O Brasil está investindo no mercado japonês para que se abra ao consumo do etanol. Mas a resistência é grande, ainda que, aos poucos, isso esteja mudando.
      Segundo Newton Sonoki, convencer o arquipélago de que o álcool é uma saída para uma futura escassez do petróleo vai demandar tempo, mas a Petrobras está confiante no resultado. “Eles precisam entender que o etanol é bom para o país e para as empresas do setor”, diz.
      Por que o etanol se tornou comum no Brasil como combustível, mas não em outros países?
      NEWTON SONOKI: Há cerca de 35 anos, o Brasil importava 95% do petróleo que consumia. Na década de 70, com a crise do petróleo, o País recuperou a tecnologia de uso do álcool, usada na Segunda Guerra por vários países, incluindo o Japão. Naquele momento intensificou-se o cultivo da cana-de-açúcar, que já era usada para produção de açúcar. Foi quando surgiu o projeto Pró-álcool, e aí várias usinas foram instaladas com o apoio do governo. O objetivo era cortar a dependência do petróleo estrangeiro, criando a oportunidade para o etanol brasileiro. O preço desse combustível variou muito ao longo das décadas, mas, de maneira geral, no Brasil é mais barato que o do petróleo. Lá é consumido por 52% dos veículos leves. Em 2003, foi introduzida a tecnologia flex-fuel, dos EUA, que se adaptou muito bem ao Brasil. Atualmente, quase 90% de novos veículos adotam esse sistema. Além disso, quase 100% dos postos em todo país têm bomba de gasolina e de álcool.
      Onde se concentra a produção de etanol no Brasil?
      SONOKI: Cerca de 80% fica no nordeste do Estado de São Paulo, entre Campinas e Araçatuba. Também no Cerrado de Minas Gerais, Goiás e Pernambuco, onde tem o problema da falta de água. A Petrobras está construindo um alcoolduto saindo de Brasília até o porto de Santos e São Sebastião (ambos em SP), o que irá reduzir o custo de transporte.
      A cana-de-açúcar plantada é a mesma em todo o país?
      SONOKI: O Brasil criou o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) há quase 30 anos, que desenvolve novas formas de cultivar a cana, adequadas para cada região e tipo de solo, que, assim como o clima, é totalmente distinto em São Paulo, Goiás e outras localidades. No Brasil, plantam-se mais de 20 espécies diferentes, algumas mais resistentes, outras mais produtivas. Isso é importante, pois se tivermos uma só, ficamos vulneráveis se, por exemplo, uma peste destruir toda a plantação. Temos mais de 200 espécies que estão sendo desenvolvidas no CTC, inclusive exportamos essa tecnologia. Neste ano, a EPA (a agência de proteção ambiental dos EUA) divulgou um relatório que diz que a cana-de-açúcar brasileira reduz a emissão de gases em 61% em sua cadeia de produção se comparada com a gasolina.
      Qual a proposta do Brasil para o mercado japonês?
      SONOKI: Diante do compromisso do Japão em reduzir a emissão de gases poluentes e o interesse do Brasil em implantar o padrão nipônico no sistema digital de TV, foi firmado um acordo bilateral durante a visita do (ex-premiê Juniichiro) Koizumi. Desse acordo, foi criada em 2004 a lei que liberou a inclusão de até 3% de etanol ou ETBE (um éter) na gasolina. Temos hoje 50 postos que vendem essa mistura, chamada de E3, em todo Japão. Em Niigata, são 19 deles em parceria com as Cooperativas Agrícolas do Japão, 20 em Osaka, seis na região Kanto e 4 na ilha Miyakojima (Okinawa) e, daqui a dois meses, estaremos abrindo um posto na ilha principal de Okinawa. Mas o ETBE é muito parecido com um outro éter, o MTBE, banido em parte da Europa, Estados Unidos, Brasil e Japão por ser um produto cancerígeno. O ETBE, que é também proibido em certos países europeus, EUA e Brasil, ainda não é conhecido em detalhes e não se sabe qual será a consequência de seu uso no futuro. Além disso, 60% da fórmula do ETBE é de isobutanol, um produto caríssimo no mercado.
      Como o Japão consome o etanol?
      SONOKI: Cerca de 8% do álcool são para bebidas e para uso industrial. O percentual
      para combustível é tão pequeno que nem aparece nos dados. Em 2009, o Brasil teve uma queda de 40% de exportação em relação ao ano anterior. Esperamos que o governo japonês leve em consideração o estudo da EPA, o que aumentaria o mercado japonês. A própria Toyota coloca em seu site que todos seus veículos podem utilizar até 10% de etanol como combustível. Para atender o compromisso do ex primeiro-ministro Yukio Hatoyama de reduzir em 25% a emissão de gases (até 2020 em relação ao nível de 1990), será preciso a ampliação do consumo do etanol brasileiro.
      A produção de cana para a extração do etanol pode deixar a população sem os outros derivados dela, como o açúcar?
      SONOKI: Não. A produção de cana no Brasil cresceu cerca de 10% no ano passado. A de grãos em 2009 cresceu 22%. Estamos plantando mais cana para fazer álcool, e estamos produzindo mais grãos que cana. Como no Brasil temos muita terra, não temos o problema.
      E o cultivo da cana para combustível não pode fazer aumentar o preço do açúcar, por exemplo?
      SONOKI: No ano passado, tivemos muita chuva no Brasil, nos EUA e na Austrália, o que fez cair a produção e subir o preço do açúcar. Mas foi por um problema climático, e não do etanol. Da mesma cana que se tira o açúcar, tira-se também o álcool. Como o preço do açúcar subiu, foi produzido mais açúcar que álcool. Isso provocou a alta do preço do álcool também, ficando mais alto que o da gasolina. Enquanto o álcool custar 70% do preço da gasolina, compensa usar. Isso mostra que o preço dos dois produtos – açúcar e álcool – estão ligados.
      Como é usado o bagaço da cana?
      SONOKI: É usado para se produzir energia através da queima. Essa energia é usada na própria usina e vendida também para a rede de distribuição elétrica. o suco da cana se tira o açúcar. Sobra m caldo que é o melaço, com 10% de açúcar, mas que é impossível de ser retirado. O melaço é fermentado e vira a cachaça ou o álcool. Daí sobra o mosto – o resíduo – que é rico em potássio, magnésio e proteína, usados para fazer crescer a cana. Esse líquido é usado para irrigar novamente a cana, reduzindo-se o uso de adubo.
      O que falta para o etanol ser adotado pelo Japão?
      SONOKI: A grande resistência é pela Associação de Petróleo do Japão. Eles precisam entender que o etanol é bom para o país e para as empresas do setor. Um exemplo é a Mitsui, que tem posto de gasolina com 3% de etanol. A JA tem dois postos vendendo E3 em Kanto. Em Niigata, são 19 postos vendendo a mistura. Ou seja, estamos convencendo esses grupos de que o etanol é viável. A Petrobras não tem como fornecer 10% de etanol para o mercado, o que significaria 6 bilhões de litros. Então teria que ser dividido, e todo mundo pode ganhar. No entanto, o processo de convencer o Japão é vagaroso. Mas eu acho que isso vai acontecer. Sou suspeito para falar, mas este é um processo sem volta. A solução é o álcool. Nos EUA, já é assim. Aliás, o que me deixa abismado é que, normalmente, o Japão segue os passos dos EUA, mas, nesse caso, não está acontecendo. Talvez porque a ala jovem do partido governante seja antiamericana e faça pressão.
      Perfil do entrevistado: Newton Sonoki, 53, é diretor de Marketing e Vendas e também chefe da Divisão do Biocombustível da Brazil-Japan Ethanol, uma subsidiária da Petrobras. Também é diretor-executivo da CCBJ (Câmara de Comércio Brasileira no Japão). Formou-se em geologia pela USP e é mestre pela Universidade de Ouro Preto. Foi um dos responsáveis pela descoberta da Bacia de Campos (RJ).
      Japão - Helena Saito/ipcdigital.com

      RHODIA VAI FORNECER ETANOL À ARÁBIA SAUDITA

      A subsidiária brasileira da francesa "Rhodia" - maior consumidora de álcool químico do Brasil - fechou contrato com uma das principais petroquímicas do Oriente Médio - a "Sipchem", da Arábia Saudita - para fornecer a tecnologia destinada a construir, na cidade de Jubail, uma fábrica de acetato de etila. Esse insumo, utilizado pelas indústrias de tintas e vernizes, é um produto renovável e que não agride o ambiente.
      Sediado no município paulista de Paulínia, o pólo químico da "Rhodia" no Brasil vem disputando com a matriz, na França, a liderança mundial em volume de produção da empresa.
      A "Rhodia" - uma das mais importantes empresas químicas do mundo - também irá suprir, a partir do Brasil, todo o etanol destinado à produção de 100 mil toneladas de acetato por ano, além de se responsabilizar pela comercialização do produto final. O investimento da empresa saudita na construção dessa unidade será de cerca de US$ 100 milhões e o início de suas operações está previsto para entre o fim de 2012 e o início de 2013.
      A expectativa é de que a "Sipchem" consuma cerca de 70 milhões de litros de etanol por ano e, para garantir esse fornecimento, a subsidiária brasileira irá buscar a matéria-prima em diversas usinas.
      Fonte: Portal CPA trading

      quinta-feira, 14 de outubro de 2010

      EUA DECIDEM LIBERAR MAIS ETANOL NA GASOLINA

      A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, da sigla em inglês) aprovou, esta semana, a elevação da mistura de etanol na gasolina de 10% para 15%. A medida vale para veículos e caminhões leves, de modelos fabricados a partir de 2007 até os modelos novos e deve favorecer os produtores brasileiros que teriam novo mercado para o seu produto.
      Segundo a administradora da EPA, Lisa Jackson, testes mostraram que o E15, como é conhecida a mistura de 15% de etanol na gasolina, não afeta os motores e equipamentos de controles de emissões de carros novos e de caminhões leves. A decisão da EPA foi tomada depois que testes intensivos foram realizados pelo Departamento de Energia dos EUA para medir os efeitos nos motores e nas emissões.
      A expectativa é que essa seja a primeira de várias ações necessárias, por parte da indústria, do governo estadual e do governo federal, para que a mistura de E15 seja comercializada. A decisão para que o E15 seja liberado para carros de modelos entre 2001 e 2006 ainda depende de resultados de testes adicionais feitos pelo Departamento de Energia.
      O prazo inicial é que esses resultados saiam até novembro. Porém, a EPA não deverá liberar o E15 para carros e caminhões leves de modelos 2000 e anteriores por falta de dados e testes que sustentem essa medida.
      Várias medidas adicionais também estão sendo tomadas para ajudar os consumidores a identificar facilmente o combustível correto para seus veículos. Primeiro, a EPA está propondo procedimentos para identificar corretamente as bombas de E15, incluindo uma especificação por parte da indústria sobre a quantidade de etanol na gasolina que é vendida para os varejistas. Também está sendo planejado uma fiscalização trimestral em postos de combustível para assegurar que as bombas sejam corretamente identificadas.
      A elevação da mistura é um sinal claro dado pela agência que a indústria de etanol de milho já está madura o suficiente para a competição no mercado. A afirmação é do representante da União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica) na América do Norte, Joel Velasco.
      Para Velasco, o aumento da mistura no momento em que os preços do milho estão muito elevados, e tanto a safra americana como a brasileira podem registrar perdas por causa do clima, pode levar o Congresso americano a não renovar os subsídios e a tarifa de importação de etanol existentes hoje e que limita a importação do produto. Nos Estados Unidos, o etanol é produzido com base no milho.
      O presidente do Grupo São Martinho, Fábio Venturelli, afirma que a decisão é positiva porque aumenta o mercado consumidor do etanol no mundo. "Qualquer ação que eleve o consumo mundial é importante para a criação de um mercado internacional do produto e assegurar uma demanda fixa."
      O aumento da demanda por etanol nesse cenário pode fazer com que os EUA precisem importar o produto no médio prazo.

      GRUPO ASIÁTICO NOBLE INAUGURA NOVO TERMINAL PARA AÇÚCAR EM SANTOS, SP

      Com o primeiro bilhão de dólares aplicado no Brasil, o Grupo Noble, organização de Hong Kong, inaugurou neste domingo (10) o primeiro terminal portuário para movimentação de commodities agrícolas em Santos.
      Pelo terminal, que recebeu investimento de US$ 100 milhões, o Noble vai movimentar 2,3 milhões de toneladas de açúcar, milho, soja e farelo. Para a empresa, o negócio representa um passo importante na conexão entre o Brasil e o mercado asiático.
      "Esse terminal será uma ponte entre o país e os mercados da Ásia", afirma Tobias Brown, presidente executivo do Noble Group.
      O terminal, um velho galpão ao lado dos terminais de açúcar em Santos, foi reconstruído. O projeto exigiu a desmontagem do antigo armazém e a construção de um novo, com capacidade para 90 mil toneladas de carga.
      A velha estrutura do terminal foi levada para a região do Valongo, o centro velho de Santos, onde há atualmente um projeto de recuperação arquitetônica.
      No terminal do Grupo Noble, inaugurado neste domingo, havia açúcar. O produto vem sendo o grande destaque do ano em Santos.
      A previsão da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), administradora do porto, é movimentar 94 milhões de toneladas, mais de 10 milhões de toneladas além do volume de 2009.
      Uma fração desse crescimento ficará por conta da contribuição do Noble. Com o novo terminal, o grupo controlado por Richard Elman, principal acionista da companhia, poderá acelerar a produção de açúcar, de álcool, de soja e farelo.
      Com duas usinas de açúcar e álcool no interior de São Paulo, o grupo se prepara para processar 9 milhões de toneladas de cana por safra.
      A primeira unidade já começou a operar, a Usina Noroeste Paulista, produtora de álcool, açúcar e etanol em Votuporanga, no interior de São Paulo, por enquanto, produz apenas etanol.  O Noble, diz Elman, já possui uma área de 64 mil hectares de cana cultivada.   A empresa também investe numa unidade para esmagamento de soja em Mato Grosso. O projeto para processar 1,3 milhão de toneladas de soja deverá ficar pronto entre 2011 e 2012.

      Otimismo
      A direção mundial do Noble demonstrou disposição de ampliar os investimentos no Brasil. Entre os quais, a construção de outros terminais para exportação de commodities no país. Elman falou sobre as condições favoráveis para negócios e declarou numa breve entrevista coletiva as expectativas do grupo para o retorno sobre os investimentos feitos no Brasil.  Segundo ele, historicamente o grupo tem conseguido capturar taxas de até 20% de retorno sobre os investimentos. "É o que achamos possível no Brasil.  Temos interesse em investir em tudo que saia do chão no Brasil, seja para comer, seja para construir", afirma Elman.  Além dos investimentos na produção agrícola e no processamento de commodities, o Grupo Noble tem 30% da Mhag, projeto de mineração de ferro no Rio Grande do Norte.
      Fonte: Portal Notícias Agrícolas

      quarta-feira, 13 de outubro de 2010

      FALTA DE INVESTIMENTOS NO SETOR VAI REDUZIR OFERTA DE AÇÚCAR E ETANOL EM 2011

      O setor sucroalcooleiro sofrerá, na safra 2011/2012, uma segunda onda dos efeitos da crise mundial, que se aprofundou em 2008 e prosseguiu em 2009. Há dois anos, a falta de liquidez financeira quebrou usinas no Brasil e gerou uma série de fusões e incorporações de companhias. Aquele momento deixou como herança a ausência de investimentos em tecnologia nas lavouras e a freada na expansão no setor de bens de capital que, agora, terão impacto na oferta de cana, etanol e açúcar no Centro-Sul do País.
      A crise de matéria-prima só não chegou antes porque a atual safra 2010/2011 foi beneficiada pela oferta extra de cana que deixou de ser cortada no ciclo passado, devido às chuvas que atrasaram a colheita no segundo semestre de 2009. Até 70 milhões de toneladas, 13% de toda a oferta do Centro-Sul, o equivalente a uma safra da Tailândia, só foram processadas em 2010. Mas neste ano, com a estiagem prolongada e o avanço na colheita, a oferta de “cana bis”, como é chamada, será irrisória em 2011/2012, em torno de 15 milhões de toneladas.
      Na avaliação do setor, além da carência de investimentos no trato e na expansão das lavouras e da pequena oferta de “cana bis”, a próxima safra também será restringida pela estiagem deste ano e pelas queimadas acidentais em lavouras em formação ou recém-colhidas.
      Maior grupo sucroalcooleiro do País, a Cosan Açúcar e Álcool deve moer 60 milhões de toneladas de cana nesta safra, das quais 13%, ou 7,8 milhões de toneladas vieram da safra passada. Outro gigante do setor sucroalcooleiro, o Grupo São Martinho deve processar toda a oferta de cana da safra 2010/2011 até novembro.
      Para Guilherme Dumit, diretor da Tonon Bioenergia, o impacto da falta de investimentos no setor foi muito maior na restrição da oferta do que o clima. De acordo com o empresário Vitor Wanderley Júnior, do Grupo Coruripe, o crédito farto ao setor voltou, mas há restrições para a concessão dos recursos. Ele avalia que, com isso, muitas usinas vão aproveitar os bons preços do açúcar para conseguir capital de giro, o que pode reduzir da produtividade.

      Fonte: Correio do Estado- Gustavo Porto (AE)

      terça-feira, 5 de outubro de 2010

      NOVOZYMES FARÁ INVESTIMENTOS EM P&D NO BRASIL

      A Novozymes vai inaugurar no Brasil, até o final do primeiro semestre, um prédio dedicado a pesquisa e desenvolvimento. O investimento será de ao menos R$ 4 milhões, apenas em estrutura.
      A companhia, cuja unidade brasileira recebeu condecoração do príncipe Henrik da Dinamarca pelo desempenho nas exportações, liderou o índice Dow Jones de sustentabilidade no setor de biotecnologia, segundo Sustainable Asset Management.
      O índice, que avalia 2,5 mil grandes companhias de todo o mundo, considera governança corporativa, relações com o consumidor e outros quesitos. "A avaliação é global, mas leva em conta as unidades", diz Pedro Luiz Fernandes, presidente da empresa na América Latina. "Temos auditoria ambiental e de qualidade que certifica matérias-primas usadas e que em nossa cadeia produtiva não há trabalho infantil nem escravo, afirma Fernandes".
      LEIA MAIS SOBRE A NOVOZYMES 1 / 2
      Fonte: Jornal da cana

      segunda-feira, 4 de outubro de 2010

      PETROBRAS QUER REDUZIR FATIA EM ALCOODUTO COM SAIDA DA MITSUI

      A Petrobras pretende reduzir sua participação na PMCC Projetos de Transporte de Álcool S/A, empresa onde é parceira da Mitsui e da Camargo Corrêa. A empresa foi criada para a construção de um alcoolduto ligando o interior do Centro-Oeste ao litoral do Sudeste para escoar etanol produzido no interior até os principais mercados consumidores e também para os portos. Esta redução teria como primeiro movimento a saída da Mitsui. A ideia da estatal é abrir espaço para novos sócios interessados no projeto. Os potenciais novos sócios seriam os outros projetos de alcooldutos existentes, a Uniduto Logística S.A. e o projeto da ETH, braço sucroalcooleiro da Odebrecht. Em busca de sinergias, negociações entre os três projetos de dutos já ocorrem há alguns meses.
      A informação de que a Mitsui tem a intenção de deixar a PMCC consta no prospecto divulgado pela Petrobras para sua oferta pública de ações encerrada na semana passada. Parceira do projeto desde sua criação, em março de 2008, a japonesa Mitsui possui um terço do capital da PMCC. Os outros dois terços estavam divididos igualmente entre Petrobras e Camargo Corrêa. Com a saída da Mitsui, a Camargo Corrêa ficará com 51% da PMCC e a Petrobras com 49%. Procurada, a Petrobras confirmou as informações contidas no documento. A Uniduto confirmou as negociações com a PMCC através de sua assessoria.
      Mas, segundo apurado pela Agência Estado, a Petrobras e a Camargo Corrêa pretendem redistribuir a participação na PMCC com os novos sócios. Neste sentido, a PMCC vem mantendo negociações com a Uniduto e com a ETH. O objetivo da Petrobras e da Camargo Correa é de reduzir sua participação na PMCC (ou na empresa que venha a sucedê-la na realização do projeto) para apenas cerca de 20%. No projeto de duto da PMCC, os investimentos estão orçados em R$ 5 bilhões e devem ser realizados ao longo de até cinco anos. O alcoolduto terá mais de mil quilômetros de dutos, tanques e centros de coleta vinculados às redes hidroviária e rodoviária. A Petrobras afirma que a construção terá início ainda em 2010, no trecho entre Ribeirão Preto e Paulínia. A expectativa da PMCC é de que este trecho entre em operação no terceiro trimestre de 2011.
      O projeto integral prevê a construção de dutos entre Senador Canedo, no interior de Goiás, e Paulínia, no interior de São Paulo, passando por Itumbiara (GO), Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). Nessas cidades, existirão centros de coletas. A partir de Paulínia, onde está localizada a refinaria da Petrobras, um duto partirá em direção à cidade de São Paulo e dali para São Sebastião, no litoral paulista. Outro duto seguirá em direção ao Rio de Janeiro. E um terceiro duto vai até ao município de Anhembi, às margens do Rio Tietê. Neste ponto, está prevista uma conexão com a rede hidroviária do oeste paulista e de Mato Grosso do Sul.
      O objetivo da Petrobras e da Camargo Corrêa é de alavancar o máximo dos investimentos necessários para a consecução das atividades da PMCC por meio de recursos advindos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de bancos comerciais brasileiros. A expectativa inicial da PMCC era de que, até 2020, o alcoolduto iria transportar 23 bilhões de litros de etanol, dos quais 10 bilhões ficariam na Grande São Paulo e 13 bilhões de litros seguiriam para os portos no litoral paulista e fluminense, para serem exportados ou para cabotagem. Com pouca produção própria para amortizar os investimentos através da utilização dos dutos, uma estratégia que chegou a ser cogitada pela PMCC foi a de se associar a produtores de etanol.
      Uma união com os outros projetos de dutos supriria este problema de ter etanol para ser transportado, principalmente porque vários trechos do projeto da PMCC seguem a mesma trajetória dos demais dutos. Apenas na sinergia provocada pela realização de apenas um duto em regiões em que os três projetos seguiriam em paralelo, a redução de custo beira a R$ 1 bilhão.
      Veja também
      Fonte: Portal O ESTADO DE MINAS

      sexta-feira, 1 de outubro de 2010

      PESQUISADORES DA -UFSC- SUBSTITUEM AREIA POR CINZA DE CANA-DE-AÇÚCAR NA PRODUÇÃO DE CONCRETO

      Corpo de prova - Concreto de cinzas de cana-de-açúcar
      Crédito da Foto: UFSC
      Estudo constatou que mistura ganha mais resistência com novo agregado. Agora, concreto passa por testes de durabilidade
      Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) conseguiu achar uma utilidade para as cinzas resultantes da queima do bagaço de cana: a produção de concreto, em substituição à areia. A produção consiste primeiramente em um processo de peneiramento, para retirar pedaços de bagaço de cana que não foram queimados, e depois em um processo de moagem, para o acerto granulométrico, de forma que os grãos da cinza fiquem com tamanho semelhante aos de areia. A primeira fase é dispensável quando a usina produtora de etanol utiliza fornos mais novos, que conseguem queimar o bagaço por completo.
      Segundo Almir Sales, coordenador da pesquisa da UFSCar, numa mistura com uma substituição de areia por cinza de 30% a 50%, o concreto ganha até 17% mais resistência. Com isso, a quantidade de cimento presente no concreto poderia diminuir, mantendo a mesma resistência.
      Essa substituição é possível devido às características granulométricas da cinza, que são semelhantes à da areia natural, com uma porção cristalina e alto teor de sílica. Com uma possível troca de materiais, a retirada de areia dos leitos dos rios, que vem sendo dificultada por questões ambientais, poderia diminuir significativamente. Algumas licenças para extração já estão sendo cassadas, o que diminui a oferta do agregado no mercado, elevando seu preço. "A vantagem se deve às propriedades de compactação e empacotamento dos grãos de cinzas que, por serem mais uniformes, têm preenchimento melhor do que os de areia natural", afirma Sales.
      Os pesquisadores estão na etapa de testar a durabilidade do concreto, que deve ser parecida com a do concreto normal. Esta etapa está sendo feita em uma câmara que acelera o intemperismo por 12 meses. "Os resultados preliminares são animadores", garante Sales. Logo após, será feita uma avaliação sobre os impactos sobre o meio ambiente. O pesquisador estima que o estudo esteja finalizado até maio de 2011.
      O objetivo da equipe é introduzir a inovação no mercado da construção civil por meio das prefeituras. A ideia é estimular primeiramente o uso do concreto de cinzas na infraestrutura urbana, na construção de sarjetas, meio-fios e bocas de lobo, por exemplo, para depois conseguir investimentos de empresas privadas.
      Sales estima que, se o concreto realmente for ao mercado, deverá ser 10% a 12% mais barato, devido ao baixo custo da cinza da cana-de-açúcar e à diminuição do volume de cimento no concreto.
      O grupo vem tentando, há 10 anos, substituir os agregados do concreto. Em um primeiro projeto, Sales descobriu um composto que pode substituir a pedra britada no concreto. Trata-se de um agregado artificial feito com serragem de madeira e lodo de estações de tratamento de água. A substituição da pedra por esse composto deixou o concreto 30% mais leve e com condutividade térmica mais baixa.
      Fonte: Portal FAPESP – Maurício Lima