segunda-feira, 28 de junho de 2010

ESTUDO ESALQ/BVMF REVELA RELAÇÃO CANA E ATR NA PRODUÇÃO DE ETANOL E ACÚCAR

ETANOL
O indicador diário Esalq/BVMF para o etanol hidratado foi comercializado ontem a R$ 776/m³, queda de 1,02%. "O Perfil do Setor do Açúcar e do Álcool no Brasil, Edição para a safra 2008-2009" da Conab - Companhia Nacional de Abastecimento e o Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento constatou as relações convencionais entre quantidade de ATR (Açúcar Total Recuperável), e uma unidade do produto final como açúcar, etanol anidro e hidratado na safra 2008/09. De acordo com o estudo, com 1,0495 kg de ATR  foi possível extrair 1 kg de açúcar; com 1,7651 kg de ATR extraiu se 1 litro de etanol anidro e com 1,6913 kg de ATR foi possível produzir 1 litro de etanol hidratado.
 Ainda segundo o trabalho, com base nesses dados é possível calcular, nas duas regiões produtoras, a quantidade de cana necessária para produzir um quilo de açúcar ou um litro de álcool, com destaque para a maior quantidade da matéria prima utilizada no Norte/Nordeste. Na região Centro Sul, para 1 kg de açúcar foi necessário 7,4 kg de cana e no Norte/Nordeste, 7,8 kg de cana. Já para 1 litro de etanol anidro, foram necessários 12,5 kg de cana (Centro Sul) e 13 kg de cana (Norte/Nordeste). Para produzir 1 litro de hidratado, o estudo constatou que foi necessário 12 kg de cana (Centro Sul) e 12,5 kg de cana (Norte/Nordeste).
AÇÚCAR
As cotações do açúcar cristal estão na casa dos R$ 40 desde 1º de junho, pelo indicador Cepea/Esalq. Pesquisadores do Cepea consultaram compradores, que afirmaram que estão comprando somente pequenos volumes. Em algumas regiões, usinas ofertaram valores mais baixos que os atuais, atraindo compradores e frustrando a tentativa de outras unidades de elevar as cotações de modo a ficarem em linha com a tendência das bolsas internacionais.   O Centro também destacou que muitas usinas brasileiras têm focado em negócios para exportação, devido ao fato de o mercado internacional remunerar mais que o doméstico no atual cenário. Ontem (24) a saca de 50 kg do açúcar cristal foi comercializada a R$ 40,41, alta diária de 0,27%, pelo indicador Cepea/Esalq.
MERCADO EXTERNO
As cotações no mercado externo fecharam valorizadas. Em Londres os contratos para agosto encerraram a R$ 527,60/ton. Os contratos para outubro encerraram a US$ 468,10/ton. Na bolsa de Nova York os contratos para julho encerraram a 16,82 centavos de dólar por libra-peso, e os papéis para março de 2011 encerraram a 16,67 centavos de dólar por libra-peso.
A fórmula para a determinação da quantidade de ATR, em quilogramas por tonelada de cana é:
ATR = [(10 x 1,0526 x (1- PI/100 x PC) + (10 x (1 - PI/100 x AR)]    onde,
PI = a perda industrial média dos açúcares contidos na cana-de-açúcar em função dos processos industriais e tecnológicos utilizados no Estado do Paraná;
PC = pol % cana, que determina a quantidade de sacarose aparente na cana-de-açúcar (vide Anexo I);
AR = açúcares redutores, que determina a quantidade conjunta de frutose e glicose contidas na cana-de-açúcar (vide Anexo I).
 

Fonte SINDICAP
ATR de 28/06/2010
1,0526 = o fator de cálculo estequiométrico de transformação da sacarose em açúcares redutores.
O valor Referencial do Kg do ATR para Junho de 2010 é de R$ 0,4193 que aponta para um valor referencial de R$ 49,8993 por 1 ton de cana padrão (119,0063 Kg de ATR / ton).
Obs.: Será concedido a título de bonificação mínima provisória o valor de R$ 3,00 / TC durante a safra 2009/2010, para os Fornecedores de Cana contribuintes da AFCP ou SINDICAPE que já não recebam bonificações referentes a: corte,enchimento e transporte.
Fonte: CONSECANA-PARANÁ / Portal BIOCana

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MAIOR DEMANDA FUTURA AUMENTARA PREÇOS DO AÇÚCAR

No longo prazo, a estimativa para o preço do açúcar é de alta, já que estudos apontam que a produção não conseguirá acompanhar a demanda. A Ásia é quem deve liderar esse aumento.
Enquanto a média mundial de consumo de açúcar é de 24 quilos/ano por pessoa, nos países da região o consumo não chega a 15 quilos.
Segundo Michael McDougall, vice-presidente da corretora americana Newedge, não há terra disponível para acompanhar o ritmo do aumento da população mundial e, nesse cenário, o Brasil tem inúmeras vantagens sobre outros países.  "A área cultivável é limitada e o Brasil possui 25% dessas terras. Além disso, o país tem mão de obra qualificada, mas barata, e possui tecnologia agrícola avançada"

Fonte: Folha S.Paulo /  Noticias Agrícolas

quinta-feira, 3 de junho de 2010

INDIANA RENUKA, ACERTOS PARA COMPRA DA EQUIPAV AINDA CONTINUAM

Depois de uma longa e estressante negociação, a indiana Shree Renuka e a brasileira Equipav devem anunciar nos próximos dia a conclusão da operação na qual a indiana ficará com 50,79% das duas usinas de açúcar e álcool do grupo Equipav, em São Paulo.
Há meses as empresas travam uma queda de braço para revisar o valor do negócio, finalmente concluído. O Valor apurou com fontes próximas à negociação que o fechamento da operação será anunciado com um deságio de 25% do valor de mercado da Equipav, avaliado no primeiro acordo das duas companhias, anunciado em 21 de fevereiro deste ano.
Na época, o previsto, antes da "due diligence", era que a Shree Renuka pagaria R$ 600 milhões (US$ 329 milhões) pela participação majoritária nas duas usinas brasileiras. A revisão reduzirá em um quarto esse valor para algo próximo de R$ 450 milhões.
Em 19 de abril acabou o prazo de 60 dias definido entre as duas empresas para concluírem a operação. Aquele foi o momento de maior estresse na transação e surgiram rumores no mercado de que o CEO da companhia indiana, Narendra Murkumbi, teria desistido do negócio. As grandes companhias que tinham disputado a Equipav voltaram a cobiçar os ativos da empresa brasileira - controlada pelas famílias Toledo, Tarallo e Vetorazzo - que enfrentava uma difícil situação financeira.
Segundo fontes do mercado, a própria Equipav, sentindo-se pressionada a baixar seu preço, procurou as antigas pretendentes para sinalizar que a negociação com a indiana poderia não dar certo e que o caminho poderia ser reaberto. "A mensagem era: ainda há chances de fechar com a empresa indiana, mas também pode ser que a negociação reabra", disse uma fonte uma empresa do setor.
A queda no valor de mercado da Equipav começou a se desenhar durante a "due diligence", segundo fontes. A empresa indiana teria se deparado com questões importantes que afetaram a atratividade da Equipav como ativo sucroalcooleiro, entre elas, a elevada dependência de cana de fornecedores terceirizados. Além disso, nesse período as cotações internacionais do açúcar derreteram, saindo do patamar de quase de 30 centavos de dólar por libra-peso para 15 centavos de dólar.  Desde o começo, os ativos da Equipav foram bastante disputados por estarem em uma região de São Paulo com elevado potencial para cana e pelas usinas serem tecnologicamente avançadas. Logo após a decisão da Equipav de fechar com a Shree Renuka eram comuns avaliações de que os ativos da companhia brasileira foram superavaliados. O mercado estimou que, em uma referência de preço, a empresa indiana estava pagando cerca de US$ 140 por tonelada de cana de capacidade de moagem, enquanto o mercado negociava naquele momento de alta do açúcar, no início de 2010, algo entre US$ 100 a US$ 110 a tonelada.
A estreia da Shree Renuka no Brasil ocorreu em novembro do ano passado, com a compra de 100% do controle de duas usinas do grupo paranaense Vale do Ivaí. A companhia é uma das maiores de açúcar da Índia, com produção estimada em 1 milhão de toneladas por ano. Tem capacidade de processamento na Índia de 35,5 mil toneladas por dia, o equivalente a 5 milhões de toneladas por safra. Com 100% das duas usinas paranaenses do grupo Vale do Ivaí e mais metade das duas unidades da Equipav, a companhia agrega à sua capacidade de moagem de cana aproximadamente 8 milhões de toneladas por ano.
As duas usinas da Equipav têm instalações integradas de cogeração de energia a partir da biomassa de 203 megawatts (MW) e capacidade de moagem de cana de 10,5 milhões de toneladas por ano. Com endividamento acumulado nos dois últimos anos, reflexo da crise que o setor sucroalcooleiro enfrentou a partir da safra 2007/08 e de investimentos na segunda unidade da companhia, a Biopav, a Equipav teve de ser colocada à venda. No início, os acionistas não queriam abrir mão do controle da empresa, mas cederam pois os potenciais compradores, entre eles a própria Renuka e a Bunge, não concordavam em ser minoritários no negócio. Outros grupos, como Cosan, VREC, Rhodia, São Martinho com a GP Investments também disputavam o negócio.
Fonte: Portal Valor / Suinoculturaindustrial

terça-feira, 1 de junho de 2010

USINA GUARANI - PRONTA PARA NOVAS AQUISIÇÕES

Após tornar-se a terceira maior processadora de cana do Brasil com a compra da usina Mandú anunciada na segunda-feira, a Açúcar Guarani está preparada para prosseguir como consolidadora do setor, afirmou o presidente da companhia, Jacyr Costa Filho, nesta terça-feira.
"Estamos atentos a eventuais oportunidades que surjam. Se surgirem que façam sentido pela estratégia definida pela Guarani, nós vamos participar dessa oferta...", afirmou Costa Filho, principal executivo da Guarani, em teleconferência com analistas.
"O que é importante ressaltar é que nós estamos prontos (para aquisições), esse é o ponto bastante importante", destacou.
Ontem, a Guarani anunciou a compra da Mandú por R$ 345 milhões, o que eleva a estimativa de processamento da empresa para 20,6 milhões de toneladas de cana. A companhia também assumiu uma dívida líquida estimada em dezembro de 2009 em R$ 255,5 milhões.
A aquisição foi feita cerca de um mês depois de a Petrobras ter comprado 45,7% de participação na Guarani, com investimentos de R$ 1,6 bilhão em cinco anos. O aporte inicial da estatal de petróleo foi de R$ 682 milhões.
Segundo Costa, embora a Petrobras tenha até cinco anos para completar os investimentos, se a Guarani apresentar um projeto de negociação e ele for aprovado pelo Conselho de Administração da companhia, "o aporte é antecipado".
"Agora depende de aparecer as oportunidades e termos esse projeto", comentou.
Pelo acordo anunciado em abril entre a Tereos, controladora da Guarani, e a Petrobras, a estatal terá o direito de realizar investimentos adicionais na companhia, via aumento de capital, que lhe confiram uma participação de até 49% na Guarani.
MAIOR CAPACIDADE
A Mandú possui capacidade de moagem anual de 3,5 milhões de toneladas, que pode ser elevada "com pouco investimento" para 4 milhões de toneladas, segundo Costa, que ressaltou entretanto que esse aumento depende também da disponibilidade de matéria-prima.
"É claro que temos outros planos de expansão na região também, com a usina São José, e vai depender da disponibilidade de matéria-prima para a gente decidir pelo investimento."
A Mandú tem perfil de produção de 60% de etanol e 40% de açúcar.
A empresa estima produzir aproximadamente 200 mil toneladas de açúcar, 175 milhões de litros de etanol e cogerar 12 MW de eletricidade nesta safra.
Localizada em Guaíra (SP), na mesma região das outras seis unidades industriais da Guarani no Brasil, a proximidade da Mandú com as unidades de São José, Severínia e Vertente deve favorecer sinergias, disse o presidente.
"Estamos mensurando (as sinergias), o que poderia dizer é que já temos experiência no aproveitamento de sinergia de quando fizemos a aquisição da Andrade e quando adquirimos 50% da Vertente."
"Sabemos que o fato de estar na mesma região pode maximizar o uso dos ativos." 

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Fonte: agencia Folha / Reuters