sexta-feira, 23 de abril de 2010

COLÔMBIA TEM CRESCIMENTO DE 8,7% DE ETANOL

A produção colombiana de etanol cresceu em fevereiro 8,7% na comparação anual, para 27,115 milhões de litros, informou ontem a Associação dos Produtores de Cana de Açúcar (Asocana). Em fevereiro de 2009, o país produziu 24,934 milhões de litros do biocombustível.
Nos dois primeiros meses de 2010, a produção atingiu 53,864 milhões de litros, alta de 6,6% em relação aos 50,543 milhões de litros em igual período do ano anterior. O aumento da produção vem de 327,2 milhões de litros de etanol em 2009, 26% acima dos 259,75 milhões de litros registrados em 2008.
Segundo a associação, o crescimento da Colômbia na indústria de etanol transformou o país, então produtor de açúcar de médio porte na região, no segundo maior produtor do biocombustível na América Latina em pouco mais de três anos.
A Asocana informou que a produção colombiana deve continuar em expansão em 2010, mas nenhuma estimativa oficial foi divulgada até agora. As informações são da Dow Jones.
Fonte:  Agência Estado

quinta-feira, 8 de abril de 2010

BUNGE REFORÇA A APOSTA NO METANOL

Dos investimentos programados para o Brasil, 80% vão para açúcar e etanol. Com esta meta, a Bunge Brasil vai reforçar ainda mais seus investimentos no setor de açúcar e álcool do Brasil. Depois de adquirir o Grupo Moema por US$ 1,5 bilhão no início deste ano, a empresa estuda agora a compra da Usina Mandu, em Guaíra, no interior de São Paulo.
Além de buscar novas aquisições, a Bunge Brasil vai destinar mais US$ 750 milhões para seu crescimento orgânico no segmento sucroalcooleiro no País nos próximos anos. A informação é de Pedro Parente, novo presidente da empresa, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo há 90 dias.
Ranking
Com a aquisição do grupo Moema, a Bunge Brasil deve moer, na safra 2010/11, um volume de 21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, para a produção de 1 milhão de toneladas de açúcar e 1 bilhão de litros de etanol. Com isso, atinge a terceira posição no ranking de maiores grupos em operação no País, atrás da Cosan e da Louis Dreyfus Commodities.
"Nos próximos três anos, vamos elevar nossa capacidade de moagem para 30 milhões de toneladas." As cinco usinas do Grupo Moema – Moema, Frutal, Itapagibe, Ouroeste e Guariroba – têm capacidade de moagem de 13,7 milhões de toneladas. As outras três usinas da Bunge Brasil processarão, juntas, 7,4 milhões de toneladas de cana em 2010/11, sendo 3,5 milhões de toneladas na Santa Juliana (MG); 1,4 milhão de toneladas em Monte Verde (MS); e 2,5 milhões de toneladas na usina de Pedro Afonso (TO), que iniciará suas operações em junho.
Nas usinas de Santa Juliana e Monte Verde, a japonesa Itochu possui 20% de participação acionária. "No prazo de três anos, com os investimentos, a expectativa é de que essas três usinas passem de uma moagem de 7,4 milhões de toneladas para 13,4 milhões de toneladas", informou.
Parente explica que as cinco usinas do Grupo Moema já foram totalmente integradas à unidade de negócio de Açúcar e Bioenergia da Bunge, uma das cinco criadas com a integração entre a Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes. Além da unidade Açúcar e Bioenergia, as demais são: Agribusiness; Alimentos e Ingredientes; Fertilizantes; e América Latina.
Fonte: Agencia Estado

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ETANOL PARA O ESPAÇO

O Brasil acumula um atraso de meio século na propulsão de foguetes espaciais em relação aos norte-americanos e russos. Para tentar dar um impulso no setor, há cerca de 15 anos o país iniciou um programa de pesquisa em propulsão líquida e que tem como base o etanol nacional.
O desafio do programa, liderado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), é movimentar futuros foguetes com um combustível líquido que seja mais seguro do que o propelente à base de hidrazina empregado atualmente. Esse último, cuja utilização é dominada pelo país, é corrosivo e tóxico.
O desafio da busca por um combustível “verde” e nacional também conta com o apoio de um grupo particular de pesquisadores, formado em parte por engenheiros que cursam ou cursaram o mestrado profissional em engenharia aeroespacial do IAE – realizado em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica e com o Instituto de Aviação de Moscou.
Liderado pelo engenheiro José Miraglia, professor da Faculdade de Tecnologia da Informação (FIAP), o grupo se uniu para desenvolver propulsores de foguetes que utilizem propelentes líquidos e testar tais combustíveis.
“Os propelentes líquidos usados atualmente no Brasil estão restritos à aplicação no controle de altitude de satélites e à injeção orbital. Eles têm como base a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio, ambos importados, caros e tóxicos”, disse Miraglia, que coordena o projeto “Desenvolvimento de propulsor catalítico propelente utilizando pré-misturados”, apoiado pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
Na primeira fase do projeto, o grupo, em parceria com a empresa Guatifer, testou motores e foguetes de propulsão líquida com impulso de 10 newtons (N), com o objetivo de avaliar propelentes líquidos pré-misturados à base de peróxido de hidrogênio combinado com etanol ou querosene.
“Os testes mostraram que o projeto é viável tecnicamente. Os propulsores movidos com uma mistura de peróxido de hidrogênio e etanol, ambos produzidos em larga escala no Brasil e a baixo custo, apresentaram o melhor rendimento”.
Segundo Miraglia, a mistura apresenta algumas vantagens em relação à hidrazina ou ao tetróxido de nitrogênio, usados atualmente. “Ela é muito versátil, podendo ser utilizada como monopropelente e como oxidante em sistemas bipropelentes e pré-misturados. O peróxido de hidrogênio misturado com etanol apresenta densidade maior do que a maioria dos propelentes líquidos, necessitando de menor volume de reservatório e, consequentemente, de menor massa de satélite ou do veículo lançador, além de ser compatível com materiais como alumínio e aço inox”.
Na segunda fase do projeto, o grupo pretende construir dois motores para foguetes de maior porte, com 100 N e 1000 N. “Nossa intenção é construir um foguete suborbital de sondagem que atinja os 100 quilômetros de altitude e sirva para demonstrar a tecnologia”.  A empresa também está em negociações para uma eventual parceria com o IAE no projeto Sara (Satélite de Reentrada Atmosférica), cujo objetivo é enviar ao espaço um satélite para o desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas e especialidades, como biologia, biotecnologia, medicina, materiais, combustão e fármacos. “Nosso motor seria utilizado na operação de reentrada para desacelerar a cápsula quando ela ingressar na atmosfera. Atualmente, não existe no Brasil foguete de sondagem a propelente líquido. Todos utilizam propelentes sólidos”.
Fonte: Agência FAPESP - Alex Sander Alcântara